Nome aos bois: a quem serve a mídia?
Recentemente, o Tribunal de Justiça promoveu um curso dirigido a jornalistas. Com certeza, tal faz parte da nova estratégia do Judiciário em nível nacional, consoante as diretrizes do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça: calar a imprensa sob a ameaça de processos, caso divulguem as mazelas do Sacrossanto Poder Judiciário.
Não posso crer que tenha sido outro o escopo do referido curso; os caprinos jornalistas que compareceram provavelmente saíram de lá com as orelhas bem murchas e amedrontados, afinal, quem gosta de responder a um processo no exercício da profissão?
Quando decidi denunciar o nepotismo, procurei vários veículos de comunicação: emissoras de rádio, de TV, jornais e sites da internet. Eu não tinha me dado conta, ainda, de que falar genericamente sobre as irregularidades que grassam no nosso país é uma forma de manter a impunidade; enquanto o conselheiro do Tribunal de Contas publicava seu veemente artigo condenando o nepotismo de forma genérico, seu filho usufruía das benesses de ser comissionado no Tribunal de Justiça. Isso só para citar um exemplo.
A mídia em geral tem se especializado em noticiar de forma genérica tudo o que acontece dentro do Estado, e ir a fundo quando as coisas acontecem lá longe, já notaram isso? Será que a imprensa capixaba noticiou com o mesmo fervor que a gaúcha a prisão dos magistrados no Espírito Santo? Aposto que não...
Na mesma senda, observem a fúria que o Tribunal de Justiça dirigiu ao nepotismo e às irregularidades aferidas no Tribunal Militar. E por que isso? Ora, extinto o Militar, a verba virá toda para o Justiça. Além disso, atirar pedras no Tribunal Militar irá lançar a chamada cortina de fumaça sobre as irregularidades do Justiça – nepotismo, improbidade administrativa, assédio moral, falta de habite-se do prédio, e tantas outras coisas que eu venho denunciando aqui.
A RBS, por exemplo, só noticia o que lhe mandam. Ressalvo o trabalho sério de um radialista da Rádio Gaúcha, mas que é obrigado a cumprir ordens (é o emprego dele – era o meu...) Também a Rádio Guaíba tem feito um trabalho sério. E o que é trabalho sério, para mim?
Trabalho sério, em primeiro lugar, é o respeito pelo ouvinte, pelo leitor; é o compromisso com a verdade, doa a quem doer. Posso afirmar, por exemplo, que o Jornal do Comércio faz um trabalho sério. O SBT também, e dou meus parabéns àquela emissora, que tem jornalistas realmente comprometidos com a divulgação da verdade. O site Videversus também tem este compromisso. E é justamente essa mídia que devemos privilegiar com nossa atenção e leitura.
Se eu citasse os nomes dos jornalistas que receberam das minhas mãos as provas do nepotismo, os nomes, e nada publicaram, vocês com certeza ficariam surpresos, pois tem muita gente fingindo que bate no Tribunal quando, na verdade, acata todas as suas ordens. Vejam o que faz o Sindjus, Sindicato dos Servidores da Justiça – uma vergonha, como diria o Casoy. Chamá-los de pelegos é dizer muito pouco. Mas este tema vai ficar para a nossa retrospectiva 2008, amanhã.
Então, o que eu sinceramente desejo para 2009, em termos de mídia, é que as pessoas aprendam a separar o joio do trigo: desejo que as pessoas enxerguem quando são feitas de bobas pela mídia que serve à ditadura do Judiciário. Quero que as pessoas compreendam que falar genericamente contra a corrupção, contra a venda de sentenças, contra a improbidade administrativa, é compactuar com tudo isso. É preciso dar nome aos bois, para que as coisas mudem neste país.
--------------------------------------------------------
Atendendo a pedidos, vamos continuar com a brincadeira dos gêmeos. Desde já agradeço às colaborações recebidas. Acertou quem vinculou o Gengis Khan ao Des. Dálvio e o Mr. Magoo ao Presidente. Continuo esperando o nome do gêmeo do Orlandinho... procurem no 3º andar...
Brincadeira de hoje: 1º par: Alf, o ET eimoso e o nepote Fernando de Jesus Rovani, escondido no Departamento Processual e ainda não exonerado. O nepote em questão é filho de desembargador aposentado e irmão de juiz na ativa.
2º par:
O assessor da Presidência Flávio Koutzii e o ator Jean Reno (desculpa, Jean):
3º par:
Mortiça Adams e a nepote comissionada chefe do setor de perícias, Denise Nunes Meneghetti
4º par:
Estamos preparando a retrospectiva 2008 – portanto, fique ligado e volte aqui amanhã, sem falta!
Beijos ,
Simone