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Movimento Indignação
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Movimento Indignação
10 août 2012

O grande ganho da greve foi a reconquistada da capacidade de insurgência contra o arrocho e a opressão!

Publicamos abaixo a mensagem de nosso líder, lida na tarde de hoje no seminário de avaliação da greve em Santa Maria, pela companheira Tina, de Caxias do Sul:

”Companheiros:

Consciente da responsabilidade do Movimento Indignação, em grande parte, pela deflagração da greve, e de que represento para a categoria a própria imagem dele, desejava ardentemente, e tinha a obrigação de estar aí debatendo e deliberando com vocês.

Hoje, no final da tarde, porém, se realiza homenagem aos pais na escolinha da minha filha Isadora, de 3 anos, e até por nossa luta buscar a conquista de condições salariais e de trabalho que garantam uma vida digna de seres humanos, não poderia deixar de estar lá, mesmo com o sacrifício da minha presença neste seminário.

Mesmo restando não atendida a maioria das reivindicações, a greve teve um grande ganho. Que foi a retomada da capacidade de se insurgir, de enfrentar corajosamente as ameaças mais absurdas e autoritárias e levar a greve até o fim, com pleno reconhecimento de sua legitimidade. O trauma de 1995 foi definitivamente exorcizado e ficou comprovado, apesar de todas as idas e vindas, e das baixas ocorridas durante a guerra, que quando temos coragem e firmeza, quando nos unimos em torno do justo e necessário, não cedendo por um único momento às pressões ilegítimas, a greve não resulta no corte de ponto e outras retaliações ilegais e arbitrárias. Assim, abriu-se o caminho para as futuras greves, extremamente necessárias.

Deflagrada pela rebeldia da categoria, que não suportava mais o arrocho e o deboche , a greve se fez sem o incentivo, e mesmo contra a vontade, da Diretoria do Sindjus. E somente foi até o último momento possível, porque esta categoria heróica e resistente foi capaz de mantê-la até garantir, além de um mínimo avanço salarial, a plena anistia dos dias parados.

O movimento grevista se ressentiu do apoio e incentivo intelectual e logístico que a própria direção liberada poderia e deveria dar, mas não o fez a contento por não possuir a mesma convicção profunda e inabalável da massa dos grevistas. Colaborando para o desânimo de tantos que abandonaram o movimento no meio do caminho, por não visualizar na estrutura formal do Sindjus a liderança e o comprometimento esperados.

Devemos, entretanto, reconhecer exceções como é o caso do Coordenador-Geral, que, nos limites e possibilidades próprios, demonstrou um compromisso digno de seu cargo, bem maior do que o restante da diretoria.

Mesmo lideranças independentes, em muitos locais de trabalho, se ressentiram da incapacidade de articulação que a celeridade e gravidade dos acontecimentos exigiam. O que foi também resultado da falta de uma cultura arraigada de mobilização, não cultivada nos últimos anos, especialmente nas duas últimas gestões. A segunda grande lição é de que para pleno sucesso de nossas ações futuras, serão necessárias direções sindicais efetivamente comprometidas nelas. E o exercício concreto de uma política de formação que pavimente o caminho de greves com maior capacidade de resistência, articulação e irresignação.

Nós do Movimento Indignação fizemos o que esteve ao nosso alcance.Eu mesmo me vi dividido entre o comando central de greve, a família e a comarca de Gravataí, que para mim foi a principal trincheira (deixando muitas vezes por desejar nossa atuação a frente do Indignação e do comando), até por que, no momento do enfrentamento com o patrão, é lá, no local de trabalho, no meio dos colegas, em cada comarca, que temos de estar presentes, com todo o destemor e entusiasmo. Mas também com a compreensão necessária para não estigmatizar e afastar do movimento os que, pelas mais diversas razões, não foram capazes de aderir de forma plena e contundente.

Nos últimos dias, quando as nossas próprias fileiras sofriam, na comarca, com o início das deserções, conseguimos, através de um destacamento de companheiros, fazer renascer o fogo na comarca vizinha, Cachoeirinha, que, mesmo não voltando plenamente à greve, realizou duas horas de paralisação diária até o final do movimento.

E isto nos demonstrou que somente a insistência poderá nos fazer avançar. Depois de lamber as feridas e catalogar os erros e acertos, precisamos voltar os olhos para a continuidade da agitação. E, não nos deixando levar pela má vontade patronal, retomar logo as mobilizações , com uma Assembléia geral em setembro, para não esperar, sem qualquer perspectiva, o dia dos bobos, o 1º de abril de 2013, sem vermos consagrado em lei o nosso direito à recuperação plena e imediata da inflação anual e a reposição parcelada a médio prazo das perdas históricas, sem as quais não há a menor possibilidade de dignidade
.

Ubirajara Passos”

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Um blog para lutar em defesa dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul. Os autores propugnam pelos princípios republicanos; almejam uma sociedade justa

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