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27 avril 2022

EXISTE OPOSIÇÃO NO SINDJUS! De como um processo eleitoral viciado levou à aclamação da chapa única da situação.

Quem observa à distância o cenário inédito na história do Sindjus, com a aclamação da chapa única da atual direção pelega (confira matéria clicando aqui), sem concorrentes inscritos à eleição deste ano, supõe que a última gestão foi de uma competência, combatividade e dedicação tal que granjeou uma gama de conquistas nunca vistas aos trabalhadores do judiciário gaúcho; e que a oposição, débil e ressentida, recolheu-se a sua insignificância, e simplesmente desistiu de participar das eleições, tamanha e brilhante a unanimidade da grande massa da  categoria em torno de seus césares aclamados!

A realidade, entretanto, se encontra a milhares de quilômetros de distância da fantasia circense comemorada entusiasticamente pelos simpatizantes da autocrática direção cujos reais compromissos espelham os mais diversos interesses, exceto os da categoria.

aclamados

 

Tendo imposto como "conquista", verdadeiro trunfo pré-eleitoral, aos trabalhadores da justiça a reforma administrativa meritocrática patronal disfarçada de Plano de Carreira (seja pela manipulação escancarada de narrativas, seja pela recusa em ouvir os protestos da massa despertada da ilusão em que fora envolvida), a direção ora reconduzida "sem contrariedade", já em outubro deu o primeiro passo para tornar viciado o pleito, pela via de uma reforma estatutária, divulgada e deliberada de inopino, em mais uma assembleia geral virtual restrita a menos de duzentos trabalhadores (o mesmo número que casualmente atende aos chamados para os inócuos atos de mobilização da campanha salarial pra inglês ver), adotando-se a possibilidade de realização de eleições por voto on line.

Chegada a ocasião da  Assembleia Geral ordinária de aberturta do processo eleitoral, em março passado, quando todos aguardavam a realização de um grande evento presencial (como ocorrido quando da mobilização para aprovação no Legislativo do "Plano de Carreira", no final do ano, e até pela necessidade de organização de uma campanha salarial digna do nome, que contasse com a participação entusiástica da massa de servidores), mais uma vez, sem qualquer pretexto justificável (nem mesmo o da pandemia, cujos cuidados de prevenção se encontram relaxados generalizadamente pelas autoridades responsáveis), recorreu-se ao estratagema do encontro virtual, divulgando o Regulamento das Eleições a ser  nela votado somente na noite anterior, e ainda forçando, em pleno andamento da assembleia, a escolha da comissão eleitoral através de chapas fechadas, sem qualquer aviso prévio e em discordância com a tradição desde a fundação do Sindjus, em que a indicação de seus membros se dava indivualmente. Pegos de surpresa que fomos, acabou por ser eleita chapa única para a comissão, composta exclusivamente dos simpatizantes, previamente contatados, da direção sindical.

Mas este foi só o início da tropelia arbitrária de 2022. De forma igualmente inédita, a comissão eleitoral chapa branca reuniu-se logo após o encerramento da assembleia, ocorrido já em horário adiantado da tarde, às 15 horas, e, numa agilidade nunca vista, deliberou, redigiu, contratou e obteve a publicação do Edital de Convocação das Eleições já no dia seguinte, sábado, 12 de março, no Correio Povo. Num ataque de lerdeza completamente destoante com tal velocidade inicial, entretanto, a notícia da abertura do processo, e o respectivo edital, somente vieram a público no site do Sindjus no dia 30 de março, diminuindo, virtualmente, o prazo concreto de inscrição de chapas em 18 dias.

Desde outubro, juntamente com o movimento dos Auxiliares de Serviço Geral,  encontrávamo-nos estruturando composição com  a liderança do movimento de oficiais escreventes de que resultou a fundação da ATECJUD para lançamento de uma chapa de oposição combativa, classista e democrática, surgida e empenhada na defesa dos interesses da grande maioria da categoria, cujo programa comum já havia sido elaborado e aprovado às vésperas da última Assembleia Geral.

Para nossa surpresa, entretanto, fundada formalmente a referida associação (cuja atitude de colaboração acrítica com a campanha salarial desusada, aprovada em assembleia restrita, contraria frontalmente o debate anterior no próprio movimento) na mesma altura, seus diretores desistiram da candidatura, e da composição, justamente no final do mês de março (sob o pretexto de não quererem confundir os interesses permanentes da nova entidade com eventual oportunismo eleitoral), nos forçando a reiniciar o trabalho de estruturação da chapa nos dias seguintes somente com os nossos quadros e os do Movimento de A.S.G.s, não logrando, apesar do intenso trabalho, reunirmos os 26 nomes necessários ao registro, muito embora tenhamos resgatado companheiros históricos, cujo entusiasmo se volta agora para a resistência, juntamente conosco, aos futuros desmandos patronais, corroborados por um sindicato apartado dos servidores, que certamente virão. 

Assim, a aclamação de nossos divinos e olímpicos dirigentes sindicais não é o resultado de uma unanimidade forjada na consciência e combatividade de uma categoria liderada por intemeratos e democráticos sindicalistas, mas o resultado de uma série de vícios consequentes à centralização ilegítima de poder na mão da executiva sindical e burocrática, que, usurpando a soberania da base e colaborando descaradamente com o patrão, criou o desapontamento e o afastamento da massa dos trabalhadores do judiciário das atividades sindicais, transformando o Sindjus-RS numa mera sigla, uma entidade apática e bem comportada que em nada colabora na defesa dos direitos dos servidores e não mete medo em ninguém, muito menos no patrão judiciário, exatamente como as velhas associações colaboracionistas. 

Existe, portanto, oposição no Sindjus e continuamos vigilantes e prontos a apontar e combater as mazelas que nos são impostas pelo patrão judiciário e seus sindicalistas colaboradores adestrados, procurando, como sempre, alertar e mobilizar os trabalhadores do judiciário gaúcho na luta combativa por condições dignas de vida e trabalho contra o ranço do Tribunal de Justiça, infelizmente corroborado pela própria entidade que formalmente deveria representar a categoria.

Porto Alegre, 27 de abril de 2022

 

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(corrente integrada pelo
COLETIVO PRALUTAR
movimento indignação
movimento dos auxiliares de serviço geral
e trabalhadores combativos do judiciário gaúcho)

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Um blog para lutar em defesa dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul. Os autores propugnam pelos princípios republicanos; almejam uma sociedade justa

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