Manifesto pela construção de uma terceira via
MANIFESTO PELA CONSTRUÇÃO DE UMA TERCEIRA VIA
Em vista das próximas eleições à direção do Sindjus-RS trazemos a público algumas reflexões e propostas que julgamos necessárias para que nosso sindicato, combalido pela falta de democracia e combatividade das últimas gestões, volte a ser um instrumento efetivo, vivo e vibrante dos trabalhadores do judiciário na sua luta por salários dignos e melhores condições de trabalho.
Somos uma categoria de mais de 8.000 trabalhadores ativos que carrega nas costas diariamente a demanda do Poder Judiciário, com péssimas condições de trabalho (cartórios sobrecarregados com falta de pessoal e mais de 1800 cargos improvidos há anos) e de sobrevivência (perdas salariais de mais de 70%, entre outras mazelas), e, mesmo com toda esta precariedade, tem sido a grande responsável pela Justiça do Rio Grande do Sul figurar nos últimos anos como "o melhor judiciário do Brasil". À nossa dedicação absurda o patrão tem respondido reiteradamente com a desfaçatez e prioridade zero.
Para garantir à magistratura os mais absurdos e injustificáveis penduricalhos, como o auxílio-moradia e o auxílio-refeição, o Tribunal tem arrochado nossos salários sistematicamente desde 1990. Reivindicações vintenárias, como o plano de carreira e redução da jornada de trabalho, tem sido respondidas com o retrocesso e, ao invés de garantir algum benefício, acabam por aprofundar a opressão, com retrocessos inimagináveis, como a adoção da remoção de ofício, chefias de confiança, promoção calcada no “mérito”, salários básicos da carreira abaixo do atualmente praticado para a entrância inicial, etc.
Para que possamos obter algum êxito nas lutas que teremos pela frente, necessitamos urgentemente de um sindicato que faça jus a este nome e cuja direção exerça uma liderança combativa, independente de partidos e democrática e que represente, respeite e cumpra, sem exceção, as deliberações tomadas pela categoria nas instâncias estatutárias. Somente assim o Sindjus poderá se reerguer novamente como uma entidade capaz de se fazer respeitar perante uma Administração do TJ opressora e insensível e que represente efetivamente a categoria combativa e inconformada, que não suporta mais a vida de gado a que é submetida e que necessita urgentemente retomar a luta sem meias medidas e tergiversações.
Se a atual direção não nos serve, por outro lado, a administração anterior do Sindjus, pródiga nas críticas, também demonstrou nos últimos anos não ser merecedora da confiança dos servidores da justiça, pouco diferindo em suas atitudes do atual modelo e tendo iniciado o processo de progressiva desistência das reivindicações históricas, a um ponto tal que hoje parece radical e revolucionário o simples resgate e manutenção de exigências como a fixação de uma política salarial de recuperação anual, automática e obrigatória da inflação e, a médio prazo, das perdas salariais históricas ou a concessão de um plano de carreira digno, sem avaliação do desempenho, chefias de confiança ou remoção de ofício.
Cientes de que nenhuma das opções que se apresentam, na dicotomia entre diretores atuais e antigos, representa realmente os interesses dos servidores, nos organizamos como coletivo, tendo como base a nova geração de lutadores que surgiram durante a última greve, para estruturar uma proposta que atenda às necessidades mínimas de organização de nossa luta, que são hoje, no nosso entender:
- A inserção efetiva do sindicato, com participação massiva da base, nas lutas da classe trabalhadora em geral;
- A independência total do TJ e de partidos políticos;
- O estabelecimento da soberania absoluta da categoria, com permanente deliberação do conjunto dos servidores, através das instâncias estatutárias (assembleias gerais, reuniões do conselho de representantes, congressos e plenárias) e cumprimento, sem o menor desvio, destas decisões pela direção executiva;
- Engajamento e formação sindical contundente da categoria na luta; e sobretudo
- A orientação da luta de forma concreta e combativa, priorizando os meios efetivos de mobilização como a greve, paralisações, atos de rua às meras pressões de gabinete, ofícios e abaixo-assinados que tendem a não surtir efeito algum diante da conjuntura de arrocho e ataque radical aos direitos dos servidores praticados por Executivo e Judiciário.
Companheiro, venha conosco ajudar a estruturar e criar esta alternativa!
Porto Alegre, 12 de abril de 2016
Apoiam este manifesto:
FRANCIOLI BUZATTI DE OLIVEIRA
Oficial Escrevente – Porto Alegre
LUCIANE ABRANTES DE OLIVEIRA
Oficial Escrevente – Porto Alegre
INEZITA DOS SANTOS CUNHA
Oficial Escrevente Aposentada – Porto Alegre
UBIRAJARA PASSOS
Oficial Escrevente – Gravataí
RÉGIS PAULO PAVANI
Analista de Sistemas – Tribunal de Justiça
JORGE ALBERTO DOS REIS VOLKART
Oficial Escrevente – Porto Alegre
CLEBER MORAES DUTRA
Oficial Escrevente - Porto Alegre
JORGE CORREA DANTAS
Operador Aux. de Terminal – P. Alegre
JOEL OLIVEIRA DA COSTA
Oficial Artífice – Dep. de Artes Gráficas
ERASMO CORRÊA FURTADO
Oficial Escrevente – Porto Alegre
MELODY DOS SANTOS VARGAS
Oficial Escrevente – Porto Alegre
GILCA GUIMARÃES
Oficial Escrevente – Porto Alegre
ADRIANA ROCHA B. SALVATI
Oficial Escrevente – Porto Alegre
ANNE FILOMENA DA S. BISSIGO
Oficial Escrevente - Giruá
VANDERLEI DA SILVA HORZ
Oficial Escrevente – Santo Ângelo
MILTON ANTUNES DORNELES
Oficial Escrevente – Caxias do Sul
MARIA ALBERTINA NOLASCO GONÇALVES
Auxiliar de Serviços Gerais – Caxias do Sul
EZEQUIEL OLIVEIRA DA COSTA
Oficial Artífice – Dep. de Artes Gráficas
ZENAIDE JOSEFA BARTOS
Datilógrafa – Guarani das Missões
EDMUNDO GABARRUS PAVANI FILHO
Oficial Escrevente – Porto Alegre
ROSANI MENEZES DOS SANTOS
Escrivã Aposentada – Esteio
ALINA MARIA AGOSTINI
Oficial Escrevente Auxiliar do Juiz – Garibaldi
CLÁUDIA GONÇALVES DE OLIVEIRA
Oficial Escrevente – Porto Alegre
ROSMARI MACHADO DOS SANTOS
Oficial Escrevente – Caxias do Sul
LUIZ CÂNDIDO LEÃO DA SILVA
Oficial Escrevente – Porto Alegre
ZAIRA TEREZINHA DORNELES
Serviçal Celetista - Gravataí