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Movimento Indignação

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12 juin 2011

Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás

 

 

Uma pausa para a ternura

 

 

 

Há sentimentos tão sublimes que, com as frias letras do alfabeto, não se os pode dizer. Portanto, não sabemos dizer o que queremos dizer. Mas desejamos contribuir para que, nesta data, enamorados de todas idades renovem suas juras de amor. E assim, Damos a palavra ao Poeta:

 

rosas


  Eu não sei dizer

   O que quer dizer
  O que vou dizer
   Eu amo você
 Mas não sei o quê
 Isso quer dizer...

 

 Eu não sei por que
 Eu teimo em dizer
 Que amo você
 Se eu não sei dizer
 O que quer dizer
 O que vou dizer...

 

 Se eu digo: Pare!
 Você não repare
 No que possa parecer
 Se eu digo: Siga!
 O que quer que eu diga
 Você não vai entender
 Mas se eu digo: Venha!
 Você traz a lenha
 Pro meu fogo acender...
’’

 

 

 

Movimento Indignação


 

Título: Che Guevara.   Poema entre aspas: Lenha; autor: Zeca Baleiro

 

 

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9 juin 2011

Trabalhadores da justiça gaúcha estão de luto: O SENSO LÓGICO E A VERGONHA FORAM CRUELMENTE ASSASSINADOS ONTEM

 

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Na fria e lúgubre tarde de ontem, 8 de junho de 2011, no salão da Igreja Pompéia, em Porto Alegre, em plena Assembléia Geral do Sindjus-RS deu-se o óbito da lógica e da vergonha na cara, sob os aplausos, e incentivo,  intensos da diretoria mais pelega e abobalhada da história do sindicato.

Ao constatarem, incrédulos, que haviam conseguido murchar toda a mobilização e indignação da categoria com a infeliz vidinha de gado que o nosso patrão nos propicia, alguns diretores, de olhos esbugalhados, só faltavam pular e bater palmas, como criancinhas pequenas, de tanta alegria!

Após dois meses de conversa mole, de deixa-disso, de descumprimento repetitivo de decisões (como a da denúncia na imprensa do escândalo do auxílio-moradia retroativo da magistratura) e de nenhuma ênfase e empenho na mobilização da categoria, os nosso audazes e felizes dirigentes sindicais, finalmente, conseguiram derrotar a greve e impor a aceitação muda e cabisbaixa da esmola de 12% oferecida pelo patrão, consagrando a desistência da exigência dos 27% e remetendo todo o restante das perdas salariais da categoria para serem "diluídas" (o que pode significar esquecidas ou distorcidas) num plano de carreira que, a continuar com sua atual linha de opressão e produtivismo puro e simples, ou não garantirá a recuperação de perda nenhuma ou, na hipótese de vir alcançar algum benefício, jamais será aprovado.

E, não contentes com a extinção de toda inconformidade e combatividade que movimentaram milhares de companheiros pelo Estado durante este período, frustrando uma categoria inteira, conseguiram impor, através do voto da maioria dos presentes (diga-se de passagem, escassa maioria), uma série de atividades inócuas, verdadeira pantomima de mobilização, em prol da migalha autoritariamente imposta pelo patrão e pela aprovação no Pleno, dia 27, da carga horária de 7 horas diárias, sem que se saiba exatamente em que condições reais ela será implementada, pois, conforme as últimas notícias divulgadas, o Tribunal de Justiça conseguiu transformar a reivindicação vintenária de horário uniforme do meio-dia às dezenove em um expediente ampliado de 9 horas para todos, com diferenciação de horários entre os grandes setores e comarcas (onde pretende se implantar dois turnos alternados de 7 horas) e os pequenos (que ao invés de verem atendido o antigo pleito receberão de presente a continuidade da carga de 8 horas com A REDUÇÃO DO ALMOÇO PARA 1 HORA APENAS!).

Ninguém diga que desta vez a mesa diretora, advertida pelas críticas veiculadas pelos próprios servidores no e-mail setorial, e pelo mal-estar estabelecido na Assembléia Geral anterior, não cumpriu rigorosamente o protocolo. Desta vez a discussão foi feita em ponto único, deu-se a possibilidade de vinte inscrições para tanto. E houve defesa das propostas. Mas a própria limitação de inscrições e das defesas dos encaminhamentos (SOMENTE UMA para cada posição, pró e contra a greve), numa Assembléia de tal importância e gravidade, nos dá o índice do cinismo e matreirice da pelegada dirigente. Que, aliás não dispensou, logo no início, o teatro de marionetes, fazendo, através de companheiros escolhidos a dedo, a narração (devidamente distorcida) de como os servidores foram, passo a passos, murchando e se encolhendo a medida em que o tempo passava, os períodos de paralisação aumentavam de 1 hora diária para um dia por semana, a greve se distanciava cada vez mais, e o patrão endurecia.

Tudo muito bem explicado, como se, na verdade, a queda da mobilização não fosse o resultado do natural cansaço, do desgaste decorrente das atitudes de uma liderança institucional que escancaravam, a olhos vistos, nenhum compromisso com nossos direitos, com a luta aguerrida e espontânea da companheirada, nascida na indignação e mantida exclusivamente na vontade dos servidores, enquanto a diretoria fazia, propositalmente, corpo mole, e não demonstrava nenhuma capacidade efetiva de comprar a briga e dar sustento à resistência da categoria quando a repressão à greve, morta antes mesmo de nascer, viesse a ser desencadeada.

O resultado infeliz do assassinato da oportunidade única que se estabeleceu em 2011, depois de um longo sono de uma década e meio,  de uma greve consciente, combativa e vitoriosa, do esfriamento calculado e forçado pela teimosia de uma direção em total descompasso com a categoria que legalmente representa, é a onda de acomodamento necessário a nos manter como ovelhinhas ternas e obedientes, prontas para serem abatidas e sacrificadas no altar dos privilégios da magistratura e da política produtivista, e de cassação de direitos, da cúpula do Judiciário gaúcho, a serviço dos interesses do grande capital nacional e internacional. Para o próximo ano se avizinha a desestruturação completa dos serviços, com a adoção de chefias FG (puxa-sacos de plantão), de "flexibilização da carga horária", implantação da remoção de ofício e um de plano de carreira onde o patrão promoverá quem quiser (pois nos primeiros graus a ascensão se dará exclusivamente pela "avaliação do desempenho" auferida pelo chefete de plantão) e quando quiser (já que a última versão continua a vincular as promoções às possibilidades da lei de responsabilidade fiscal), mas servirá para implantar um modelo de gestão típico da fabriqueta de calçados mais desrespeitadora dos direitos trabalhistas possível.

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Assembléia Geral esvaziada, após a derrota da greve, quando ainda se discutia mobilizações "alternativas"

A verdade pura e simples é que, apesar dos servidores terem despertado para a mobilização combativa e consciente por seus próprios méritos, tiveram toda a sua luta, todo o esforço feito desde o brado inconformado da comarca de Planalto, no final de março, jogados na cova profunda por uma direção sindical totalmente apartada e contra a própria categoria. E infelizmente teremos de suportar ainda por dois longos anos, enquanto o patrão investirá furiosa e cruelmente sobre os últimos direitos que ainda possuímos, esta diretoria sindical papa-defunto, inerte e colaboracionista, cujo infeliz papel é travar, impedir, desestimular e destruir toda e qualquer luta legítima e corajosa dos servidores. O que ficou mais do que claro e evidente, em todo este processo, para a maioria dos trabalhadores da justiça.

Mas como uma Assembléia Geral do sindicato, via de regra, não conta com a presença da maioria (ou de um número significativo, como foi a de 20 de maio, que não se repetiu ontem) dos servidores, e acaba se constituindo num ritual competitivo, onde a capacidade de arregimentação dos contendores (e a da direção executiva, pelo domínio da estrutura material é imensa) e a força pulmonar de seus líderes é mais eficaz do que a lógica e a própria consciência, se tornou possível a esquizofrenia política vigente, onde um corpo são e enérgico é conduzido por uma cabeça carcomida e sadomasoquista!

O Movimento Indignação esteve, durante toda a longa mobilização, ao lado da categoria, incentivando e colaborando com suas decisões e atitudes mais combativas, lúcidas e inconformadas possíveis e crê que, apesar da frustração que se abate sobre cada lutador consequente, diante dos fatos, ao menos o esforço de todos nós serviu para iluminar a cabeça de muitos companheiros nossos pelo interior afora, para aproximar as pessoas e para dar início a uma disposição espontânea de mobilização, com uma garra nunca vista. É natural que  agora venha a ressaca, a decepção, mas não podemos deixar que a combatividade nascida neste ano morra. Ela poderá ficar como brasa adormecida, quietinha, coberta por cinzas, mas acreditamos, como dizíamos hoje, a um companheiro de São Borja, que é um valente lutador dentre os tantos que acompanhamos, que ela poderá ainda ser reanimada pela ventania, quando, infelizmente, as ameças de aprofundamento das más condições de vida e de salário começarem a se fazer concretas, quem sabe antes, algum tempo adiante.

Vamos continuar companheiros, em vigília permanente, manter o contato e nos preparar para retomar a luta, antes que seja tarde demais e os nossos filhos já estejam sentido na própria carne o resultado do futuro que se avizinha.

movimento indignação

 

8 juin 2011

JORNADA DE 7 HORAS: Tribunal admite adotar, mantendo as 8 h, com redução do almoço nos locais com pequeno número de servidores!

A maior prova de que as paralisações da categoria, mesmo com todos os percalços envolvidos, surtiu efeito sobre o patrão judiciário é que este, assim como na questão salarial, começa a ceder, pela metade (e de forma bastante maquiavélica) na questão das jornada contínua de 7 horas. Mas, assim como no caso dos 12% (parcelados em módicas prestações que, quando a última for paga, já estarão valendo no máximo 4%, com a acelaração inflacionária), a proposta veiculada é mais uma tentativa de nos enrolar e ceder os anéis para não perder os dedos.

Conforme notícia divulgada no site do CEJUS (Centro dos Funcionários do Tribunal de Justiça), na última sexta-feira, em audiência com aquela entidade, no dia anterior, o Presidente do Tribunal de Justiça teria admitido a possibilidade da admissão do turno único de 7 horas contínuas... desde que o expediente seja ampliada para 9 horas (9 h às 18 h) e mediante o revezamento de duas equipes com turno contínuo em cada setor.

Ou seja, desde logo, descarta a adoção do turno único do meio dia às dezenove (que vigorou por 22, com vantagens para servidores e população no Tribunal de Justiça), propondo uma meia sola produtivista que cria evidentes problemas de continuidade do serviço, além de beneficiar tão somente aqueles que forem designados para o 2.º turno dia (sabe-se lá com que critérios).

Com o pretexto de atender uma reivindicação de décadas dos servidores do primeiro grau (e devolver aos do 2º a realidade que viveram durante mais de 20 anos), a administração do Judiciário gaúcho, pretende, portanto, seguindo os ditames do CNJ, AUMENTAR O EXPEDIENTE EXTERNO, criando problemas operacionais que poderão aumentar ainda mais a precariedade decorrente da falta de servidores e excesso de trabalho.

Mas isto é um pequeno detalhe. O pulo do gato, que justifica a bondade patronal, está no que declarou a seguir. Prevendo os argumentos da impossibilidade de implantar duas equipes de turnos alternados em comarcas e cartórios pequenos, o desembargador-presidente, alertou que "nos locais de pequeno número de pessoal" será mantida a carga horária de 8 horas, com redução do horário do almoço para 1 hora"!

Resta saber quem vai definir o que é um local com pequeno número de pessoal e qual será o critério, uma vez que, num cartório com apenas 4 servidores (lotação média da grande maioria)  restarão 2 para cada equipe que, no período em que não houver coincidência entre a presença de ambas, conseguirão no máximo atender o balcão um e o telefone o outro.

Seja como for, justamente nos setores mais carentes (aqueles com menor número de trabalhadores), que em geral são os mais assoberbados, em que o estresse campeia mais, o patrão não está propondo nenhum benefício, mas antes um prejuízo certo, REDUZINDO O HORÁRIO DE ALMOÇO DESTES COMPANHEIROS!

Beneficiando, entretanto, todos os setores da justiça de 2º grau e os das grandes comarcas, semelhante proposta dificilmente seria REJEITADA pelos trabalhadores destes locais, criando a divisão necessária no seio da categoria para não ter de ALTERAR A JORNADA DE TRABALHO DE FORMA IGUAL E JUSTA PARA TODOS COMO A CATEGORIA TEM REIVINDICANDO DESDE O SÉCULO PASSADO!

Esta cínica proposição, assim como a "reposição" parcelada de 12% e a última versão do Plano de Carreira (que mantém as mazelas básicas, como remoção de ofício, chefias FG, promoção nos primeiros estágios da carreira exclusivamente por avaliação de desempenho e rebaixamento salarial através da PIC), só merece uma resposta: A REJEIÇÃO E A GREVE ATÉ A CONQUISTA TOTAL DE UMA VIDA DIGNA DE GENTE!

movimento indignação

 

7 juin 2011

Não podemos recuar: AMANHÃ É GREVE OU A DESONRA E UMA VIDA SEM FUTURO!

Como resultado da mobilização espontânea e combativa da categoria, o Tribunal de Justiça,  e com o intuito de garantir o naco orçamentário necessário ao pagamento à magistratura do nababesco auxílio-moradia retroativo há quinze anos auto-concedido e do futuro "reajuste" de 14,74% nos seus já pra lá de inflados subsídios, tem se prodigalizado em produzir propostas de "meia concessão" de reivindicações.

Assim, enviou ao Legislativo um arremedo de reposição salarial de 12%, que não estará valendo mais que 4% quando for paga a última parcela, em janeiro de 2012.

Apresentou uma nova versão do plano de carreira que, em que pese as correções no enquadramento salarial e nos degraus de promoção, continua a rebaixar salários, diluindo os triênios e adicionais de tempo de serviço conquistados.  Além é claro, de manter a remoção de ofício, a promoção, nos primeiros degraus, exclusivamente por "merecimento" e os cargos de chefia FG na justiça de 1º grau.

E, por fim, recentemente  divulgou uma fantástica proposta de adoção da jornada de 7 horas, com a ampliação do expediente para 9 horas, com 2 equipes alternadas em cada setor, e manutenção das 8 horas diárias nos locais com pouco número de servidores, que serão premiados com a redução de seu horário de almoço em 1 hora!

Como resultado do natural desgaste da postergação indefinida da GREVE, muitos companheiros estão descrendo da continuidade da luta e já se inclinam a se acomodar às investidas do patrão. Há mesmo os que argumentam que as posições do Movimento Indignação, desde sua criação, não tem levado a lugar nenhum.

Nossas posições ao longo dos anos tem sido sempre de defender sem tréguas o direito mínimo de cada um de nós a uma vida digna de gente e não de cão vira-lata! E se elas não chegaram a lugar nenhum é porque não foram, até o ano passado, compartilhadas pela maioria de nossos companheiros.  

Este ano, entretanto, tivemos um salto de consciência e inconformidade com a penosa situação que todos vivemos, o que principiou com a publicação da primeira manifestação espontânea e independente de servidores do interior, na Carta Aberta da Comarca de Planalto, num movimento entusiasmado, que apelidamos de "Primavera de Abril".

Às vésperas da última Assembléia Geral, no dia 20 de maio, se ouvia pelo Estado afora uma voz vibrante e corajosa, quase unânime e ela era: GREVE ATÉ A CONQUISTA DOS 27%, DO RESTANTE DAS PERDAS E A GARANTIA DA REPOSIÇÃO INTEGRAL ANUAL DA INFLAÇÃO! (além dos demais intens da pauta de reivindicações). E se ela, A GREVE, não se realizou foi pelas manobras da direção do Sindjus e pelas posições balbuciantes de alguns setores da oposição sindical que iniciaram a Assembléia propondo meros dias de paralisação. Se as quartas-feiras de paralisação seguintes foram, também, se esvaziando ao longo do tempo, isto foi o RESULTADO EVIDENTE DO CANSAÇO ESTABELECIDO PELA POSTERGAÇÃO INDEFINIDA DA GREVE, em decorrência das manipulações e da pouca vontade da direção sindical em conduzir o movimento.


servidores de Passo Fundo paralisados em maio de 2011

Temos, entretanto, amanhã, a última oportunidade para colocar as coisas em seus lugares e, fazendo valer a vontade da categoria, dos interessados maiores, que são os servidores explorados, de bolso furado, contas estourando e muito, muito serviço, sem nenhuma condição humana de vida e trabalho, deflagrar de vez a GREVE, que se for sustentada por uma minoria aguerrida de 30% ou 40% certamente já surtirá os devidos efeitos.

É bom lembrar que a greve de 1995 (de 33 dias) foi mantida, após a segunda semana, por apenas 30% da categoria, resultando no maior índice de recuperação de perdas da sua história (46% sobre 77%, ou seja 62% da defasagem então existente). Se dela resultou o drama de demissões, corte de ponto e perda de férias (que, posteriormente, foram anulados, com a a anistia pela Assembléia Legislativa) foi por um erro estratégico, com o qual certamente aprendemos e que jamais se repetirá: voltar a trabalhar sem ter garantida a anistia dos dias parados.

Vamos, portanto, sim, companheiros, com toda a força, amanhã, deflagrar a GREVE NECESSÁRIA, QUE É PARA ONTEM, com toda a garra a que nos obriga a nossa infeliz situação e a de nossas famílias. Pois o contrário é perder a vergonha da cara, trair a própria consciência e se submeter a uma gestão de pessoal consubstanciada num plano de carreira onde vai ser promovido quem o patrão quiser, quando ele quiser, sob a avaliação de chefetes puxa-saco de plantão e onde as pretensas melhorias no enquadramento salarial serão engolidas pela tal parcela autônoma (o PIC), que continua congelando  as diferenças entre os atuais salários, resultantes dos triênios e adicionais conquistados e o básico em que o servidor for enquadrado, como nos alertava, outro dia um companheiro de Rio Pardo. 

É greve até a vitória ou a derrota de ter desistido antes da luta!

 Como dizia a letra original do hino rio grandense: 

 

Avante, ó povo brioso,
Nunca mais retrogradar,
Porque atrás mora o inferno
Que vos há de sepultar!

movimento indignação

 
6 juin 2011

Nota oficial do Sindjus-RS sobre o "Rivera Gate" nada esclarece

A nota emitida pela direção do Sindjus-RS na última sexta-feira nada acrescenta de novo ao já relatado pelos diretores que se encontravam em Rivera realizando tranquilamente suas compras, enquanto milhares de servidores esperavam a definição da questão salarial, no meio da tarde de 27 de maio (e não no horário do meio-dia, quando normalmente se almoça).

Além de omitir se houve efetivamente reunião como Presidente do Tribunal, ainda tenta descaracterizar a irregularidade invertendo a realidade e insinuando que aqueles que se preocuparam (legitimamente) com a utilização do patrimônio dos filiados para fins pessoais são agentes da discórdia e do patrão.

Uma coisa é inventar fuxicos ou boatos com o fim de desmobilização da categoria em suas lutas por melhores condições de vida. E outra, bem diferente, é estar atento, denunciar e levar às devidas providências a má utilização tanto do patrimônio quanto do tempo de liberação de que cada diretor goza para estar a serviço da categoria (e não de seus exclusivos interesses). Assim, tanto os companheiros que presenciaram (boquiabertos) e trouxeram ao conhecimento público o fato, quanto o Movimento Indignação, estão a serviço da verdade, da ética e da boa condução do sindicato, dos interesses de todos os filiados e não o contrário. Já o mesmo não se pode dizer de uma diretoria que, além de tudo, tem deixado muito a desejar no seu papel de líder e condutora das "negociações" da campanha salarial com o Tribunal de Justiça.

movimento indignação

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3 juin 2011

RIVERA GATE: Sindjus-RS tenta explicar escândalo das compras no estrangeiro

Antes mesmo que publicássemos as famigeradas fotos da presença do Sindjus no Uruguai, já havia se estabelecido intenso debate entre os servidores e o Secretário de Imprensa do Sindjus nelas flagrado. Reproduzimos abaixo, com a autorização dos companheiros servidores os e-mails, em que os diretores do Sindjus tentam se explicar e, invertendo os fatos, acabam por acusar os trabalhadores de bancar os espiões ("polícia da ditadura") de seu inocente interlúdio uruguaio, numa distorção ridícula, absurda e inadmissível. Confira o texto:

Foto0004

"On Ter 31/05/11 16:36 , Marta Maria Huppes martahup@tj.rs.gov.br sent:

Colegas! Como é que pode isso? Expliquem."

"De: sindjus@sindjus.com.br [sindjus@sindjus.com.br]

Enviado: terça-feira, 31 de maio de 2011 19:44
Para: Marta Maria Huppes
Assunto: Re: Fotos em Rivera
 

Cara Marta,

 

Como você enviou este questionamento ao sindicato, temos o dever de lhe responder.

Até porque, as pessoas que estão fazendo chacota disso, deveriam ter feito o mesmo, ou seja, ter nos questionado.

De fato, nas fotos é o carro do Sindjus/RS e não temos nada a esconder. Muito antes pelo contrário, estávamos sim, naquela cidade e estacionamos o naquele local.

O que as colegas de Girua deviam ter feito, ao invés de tirar fotos escondidas feita policia da ditadura é ter ido até nós e nos questionado sobre o que fazíamos por lá.

Volto a dizer, deveriam sim ter feito contato conosco e colocado a limpo o que diretores do Sindjus/RS estavam a fazer por lá.

Desde já te esclareço que saímos (Luiz e Passos) de POA, às 19h30 de quinta-feira, chegamos em Rosário do Sul por volta da 01:00h da madrugada de sexta, saímos de lá por vota das 08h e fomos para a Comarca de Santana do Livramento para conversar com os colegas que conseguiram uma agenda com o Presidente do TJ que estaria naquela Comarca por convite da OAB.

Marta, em respeito a você, que imediatamente nos questionou, estamos te responder e dizer que estávamos sim à disposição do sindicato.

Que, durante intervalo da visita que fazíamos a Comarca, deslocamos sim até o outro lado da praça e, como qualquer mortal visitamos aquela cidade.

Se tivéssemos escondendo algo ou nos escondendo não teríamos estacionado naquele local.

Esperamos ter respondido seus questionamentos.

Não é nossa prática esconder o que quer que seja da categoria.

Aliás, ficamos na Comarca até o final da tarde e chegamos a POA por volta da meia noite, horário em que não só você, mas inclusive as colegas de Giruá já deveriam estar com suas respectivas famílias, curtindo o final de semana.

Não abdicamos de nossas responsabilidades, mesmo quando tentam nos desconstituir.

Mas isso faz parte da luta Marta e não iremos nos furtar de cumprir com nossas obrigações, mesmo quando tentam fazer chacota de algo que não teve nenhuma tentativa de ludibriar ninguém, muito menos nossos colegas e nossa categoria.

Espero ter respondido seus questionamentos.

Qualquer outra questão estamos a disposição.

Saudações sindicais.

 

Luiz Mendes

Secretário de Imprensa e Divulgação

Sindjus/RS

51.97392607"  

 


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 Cientes da resposta do Sindjus, nossos valorosos colegas da comarca de Giruá lhe enviaram a seguinte réplica, ontem pela manhã, de que recebemos cópia:


"Fotos escondidas?!! Como sempre o colega Luis se atrapalhando nas colocações ,tanto nas assembléias, como nessa justificativa.

A justificativa parece ser coisa de político partidário. É um caso muito sério! Sendo filiadas ao sindjus, nos preocupamos com o nosso patrimônio e a forma como está sendo conduzida esta campanha pelos nossos direitos...
A colega que tirou as fotos não estava escondida de forma alguma. O colega Luís é que estava muito ocupado carregando suas sacolas para perceber .
A categoria terá que cobrar esta atitude. E estaremos na assembléia para ouvir e decidir o que de direito.
Sabemos sim, que vocês estavam em Santana do Livramento, pela parte da manhã, para participar de reunião para a qual não estavam convidados. Isto não justifica o fato de estarem em outro País com o nosso carro no período da tarde. O veículo não é para uso pessoal dos dirigentes sindicais.
Infelizmente era só uma das colega que estava em Rivera, a qual estava em merecida folga de plantão.
Por quê Luis, você também não responde aos infinitos emails que enviamos ao sindicato questionando sobre o MI?
 
Assinados servidores da Comarca de Giruá
Anne, Rosaní; José Inácio, Cézar, Maristela"

 
Como se vê, está aparentemente tudo explicado: os pobres diretores acusados foram correndo atender uma solicitação dos servidores de Livramento, buscando interpelar o presidente do Tribunal de Justiça, presente naquela cidade, em reunião com estes. E, na hora do recreio, foram fazer suas compras.
 
Restam, entretanto, alguns questionamentos graves e preocupantes.
 
Tudo bem, parece ter havido uma solicitação da base. Mas por que, se encontrando o Sindjus a algumas quadras do prédio Tribunal de Justiça, e tendo a oportunidade, durante toda a semana, de tentar abordar o chefe do poder , que, aliás, é obrigação durante uma campanha salarial, os nossos audazes diretores foram se empenhar justamente em viajar centenas de quilômetros, em plena véspera de fim de semana, para ir fazê-lo na fronteira?
 
Tendo ocorrido um evento tão espetacular como este encontro em Santana do Livramento (cuja veracidade não colocamos em dúvida, pois pode ser, atestada pelos servidores da comarca), por que não publicaram no site do Sindjus o acontecimento e, principalmente, o conteúdo da conversa? Afinal uma reunião (pelo menos para os servidores que não são de Santana do Livramento e Bagé) incógnita entre o patrão e a direção sindical, entre as quatro paredes de um hotel (conforme apuramos com um servidor de Bagé, que soube da reunião, mas não esteve nela), em plena mobilização salarial, é, no mínimo preocupante, para não dizer suspeita.
 
Na foto publicada na matéria de ontem podemos visualizar o secretário de Imprensa ao lado de um jovem de boné e mochila, que, evidentemente, não é o seu colega de diretoria. Ambos entrando no shoping internacional. Seria um funcionário da entidade ou quem sabe um seu parente, que se dispôs a abdicar do próprio lazer ou estudo na capital, para acompanhá-lo na penosa viagem?
 
E, por fim, estando sendo transportadas mercadorias importadas, compradas para consumo pessoal dos diretores, como ficariam as coisas se, por um equívoco qualquer, o automóvel do Sindjus viesse a ser retido pela Aduana, Polícia federal brasileira ou pela polícia uruguaia?
 
Os trabalhadores da justiça esperam explicações e saberão julgar, no momento certo, os fatos.
 
movimento
        INDIGNAÇÃO 
2 juin 2011

Sindjus cede à pressão da categoria e antecipa Assembléia Geral para o dia 8


Conforme noticiado no site do Sindjus-RS, na noite passada, a direção do sindicato, diante da forte pressão das comarcas espontaneamente mobilizadas, finalmente cedeu aos apelos e, assumindo a postura que lhe cabe como liderança institucional neste processo, antecipou para a próxima quarta-feira, dia 8, a Assembléia Geral com indicativo de greve!

Está portanto, mais do que provado que, quando nos unimos como uma só voz em torno de um objetivo, podemos dobrar até mesmo a pouca vontade e a inércia de nossos dirigentes e fazer andar fortemente a máquina da mobilização!

Este é o momento para lambermos as feridas das dissensões das últimas semanas, nos erguermos novamente, com toda a contundência, em favor da nossa dignidade, e deflagrarmos, na próxima Assembléia Geral, a greve até que o Tribunal resolva, também, ceder à força da realidade de que deixamos de ser gado manso e sem brios, e nos devolva definitivamente o que é de nosso direito e nos foi tungado pelo processo inflacionário, retificando o projeto de lei enviado ao parlamento, para conceder imediatamente os 27%, fixar a data-base com recuperação anual integral da inflação e negociação do restante das perdas históricas!

É 27% JÁ OU A JUSTIÇA VAI PARAR!

MOVIMENTO INDIGNAÇÃO

2 juin 2011

Sindjus-RS viaja ao Uruguai

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Se o leitor é filiado ao Sindjus-RS, ou simplesmente trabalhador da justiça gaúcha, observe, com toda atenção e calma esta foto. Ela foi tirada em Rivera, na República Oriental do Uruguai, às 15 h 20 min da última sexta-feira, 27 de maio, com um celular Nokia, por uma servidora que casualmente se encontrava na cidade fronteiriça. Nela é possível ver o flanante carro do sindicato, com seu inconfundível logo, estacionado em frente à calçada de um free shoping. Para ele se encaminha, descontraído e lépido, um diretor executivo da entidade, cuja idiossincrática indumentária não deixa dúvidas quanto à identidade. Trata-se do secretário de imprensa, que aproveita o intervalo do meio da tarde de uma véspera de fim de semana para fazer umas comprinhas...

Neste exato momento, 6000 servidores da justiça do Rio Grande do Sul se esfalfam num trabalho ingrato, mal remunerado e não reconhecido, envoltos numa angústia agoniante em relação aos rumos que terá sua reivindicação de recuperação imediata das perdas salariais (27%) cuja desvalorização inflacionária não é integralmente reposta há mais de vinte anos. Incientes do que se passa no país vizinho (em que provavelmente as lideranças sindicais buscam a solidariedade internacional da categoria co-irmã ou, quem sabe, um marketeiro competente o suficiente para elaborar a campanha de mídia salarial, já que parece não haver nenhum à altura no território nacional), têm suas preocupações voltadas para a capital do Estado, Porto Alegre, onde, casualmente chega à sede do Sindjus um ofício oriundo do Tribunal de Justiça, dando conta de sua decisão definitiva em não conceder o índice reivindicado, e em impor a triste esmola de 12% parcelado. Se tivessem idéia da cena acima retratada, no mínimo, estranhariam o contraste entre ela e o seu cansativo e infeliz momento.

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Não somos moralistas, muito pelo contrário. Defendemos mesmo o direito absoluto do ser humano, especialmente dos traballhadores ao prazer, ao invés de uma austeridade sofrida, coisificante e injustificável. Mas não conseguimos compreender (como os companheiros que fizeram a foto, estupefatos diante da cena) como justamente a liderança do sindicato encarregado de conduzir a nossa inglória luta por melhores dias, perante um patrão insensível e opressivo, consiga, em plena vendaval das idas e vindas de nossa mobilização e das atitudes do Tribunal de Justiça, se dar ao luxo desta inocente descontração.

Já tínhamos, inclusive, conhecimento destas fotos antes mesmo de elas circularem (como vem ocorrendo desde terça-feira) nos e-mails dos servidores pelo Estado afora (a partir de terceira pessoa, que, além de dois de nossos dois membros, recebeu o e-mail original), e pretendíamos trazer o assunto à baila em outro momento, para não propiciar pretexto à desmobilização daqueles companheiros  para os quais a direção do Sindjus ainda é a referência única e absoluta.

Mas, como a indignação da categoria já fez circular a informação por seus próprios meios, não nos resta outra possibilidade que lançar o assunto ao conhecimento geral da categoria. Sobre cuja opinião não pretendemos exercer nenhuma influência (ao contrário do que fez o secretário-geral quando era candidato, nas eleições do ano passado, divulgando, gaiatamente, poemas satíricos eróticos de nosso candidato a coordenador geral, com o claro intuito de afastar o voto dos eleitores mais conservadores). Cabe aos trabalhadores da justiça, e somente eles, especialmente aos filiados, que sustentam mensalmente, com a contribuição saída de seu suado salário, a ação do Sindjus, fazê-lo. Como diz o velho provérbio chinês: uma imagem vale mais que mil palavras!

movimento indignação

1 juin 2011

Não podemos abrir mão dos 27% e do restante das perdas históricas!

Com a postergação da greve na fatídica Assembléia de 20 de maio (contraditoriamente a maior da história dos trabalhadores da justiça gaúcha), as flores da primavera de abril começaram a perder o viço e parecem ameaçar murchar definitivamente.

Se até então, a consciência e a combatividade da categoria pareciam crescer dia a dia, se uma voz praticamente unânime se elevava desde as menores comarcas até Porto Alegre, exigindo aos brados a reparação das condições salariais e funcionais injustas de que somos vítimas (a ponto de mesmo os mais acomodados e conservadores acreditarem que a greve era iminente e seria deflagrada naquela data), de lá para cá o cenário (perfeitamente espelhado no e-mail setorial) é de uma dissonância e uma perplexidade inacreditáveis. E escapa mesmo à saudável e natural divergência do debate público.

Há desde os que (legitimamente revoltados com a direção do Sindjus) pregam a desfiliação do sindicato aos que (também legitimamente desiludidos com a atitude da massa presente na Assembléia Geral) não se conformam com as paralisações de 1 dia por semana e crêem que perdeu-se a ocasião ímpar de deflagrar a greve, não vendo mais nenhuma perspectiva pela frente.

Muitos, como nós, defendem a antecipação da próxima Assembléia Geral para, no máximo, o próximo dia 10, e crêem que ainda há força e ânimo (mesmo morno, como brasa adormecida, que só espera um leve sopro pra sacudir as cinzas e transformar-se novamente em fogaréu) para constituição da greve. E outros tantos (entre eles, equivocados grupos de oposição independente) insistem na continuidade desgastante e agonizante das paralisações semanais até o fim da primeira quinzena de junho.

São posturas, até certo ponto, teroricamente admissíveis e passíveis de consideração – não fosse a sua variedade e o tempo demasiado porque se prolongam, sem desembocar num meio termo ou numa hegemonia que congregue o entusiasmo da categoria.

Mas, certamente, o que não se admite é o engano de muitos companheiros (cujo número ainda que não majoritário é preocupante) que, diante da recusa reiterada do Tribunal em atender a reivindicação salarial (enviando ao parlamento a esmola de 12% parcelados e teimando, em ofício recentemente publicado pelo Sindjus-RS, em não conceceder nada além), simplesmente se deixam abater pelo desânimo e admitem aceitar a migalha, abrindo mão do restante das perdas históricas – ainda que com a desculpa esfarrapada e impraticável de “aceitar o que já está certo e depois lutar pelo restante” .

Por mais racional e fria, realista e “responsável” que possa parecer esta opção, ela implica simplesmente na extinção da mobilização, na perda vergonhosa da auto-estima e da dignidade reconquistadas, com uma espontaneidade e força incríveis, durante as mobilizações de abril, e no acomodamento conformado e sem brio às imposições maquiavélicas e opressoras de um patrão insensível e injusto e à falta de combatividade e compromisso de uma direção sindical pusilânime e balbuciante.

Quem não sabe, em sã consciência, que, aprovado o projeto de 12%, com a aceitação da categoria, se tornará inviável (tanto pela conformidade dos trabalhadores, quanto pela rejeição do próprio Judiciário, e especialmente do Executivo) a discussão e encaminhamento de novo projeto que contemple as demais perdas salariais ainda este ano? A categoria estará exausta de uma luta mal sucedida e a cúpula dos 3 poderes do estará com toda a energia para recusar-se a conceder novas reposições, sob o pretexto cretino de que o máximo já foi dado e a ocasião de discuti-las é o próximo exercício fiscal.

Mesmo os demais itens da pauta de reivindicação (jornada de 7 horas e plano de carreira digno e humano) dificilmente entusiasmarão a própria categoria e acabarão relegados ao embate inócuo e inofensivo dos abaixo-assinados, das negociações de bastidor e pressões de lobby formal e cordado

Não há como se iludir (ao menos que não se tenha coragem de admitir a traição dos próprios princípios e de todo esforço que se fez no presente ano). Aceitar os 12% significa abrir mão não só da reposição imediata da metade das perdas históricas, mas também do seu restante. E (mesmo que o patrão acene, burocraticamente, com a tramitação a seu respeito, sem se comprometer de forma concreta) até da própria política salarial de recuperação integral da inflação anual. Que os diretores do Sindjus insistem em confundir com a noção de data-base, simples dia fixo no ano para se negociar salário, chegando ao ponto, na última publicação, de falar em “negociação das perdas anuais”, quando estas devem ser integralmente repostas, conforme manda o art. 37, X da Constituição Federal – o que se negocia, mas não se abre mão, são as perdas historicas eventuais, e mesmo eventuais aumento reais, além da inflação!

Compreendemos plenamente que a desaceleração e a perplexidade que está tomando conta do movimento, ao ponto de resultar em posturas como esta, é resultado direto do cansaço, da postergação indefinida da greve que a direção sindical inerte conseguiu impor (paralelamente ao Tribunal) aos trabalhadores da justiça, apesar de todo empenho e entusiasmo com que a maioria da categoria foi implementando as paralisações, manifestações e a própria pressão sobre a direção (levada de arrasto pela força das comarcas mobilizadas) até a última Assembléia geral.

E é natural que, passados já quase dois meses desde a Assembléia inaugural da campanha salarial, ocorrida em 08 de abril, o companheiro mais combativo, entusiasmado com a luta e inconformado com a vida de gado mal remunerado, adoecido e atabalhoado de trabalho, possível sinta arrefecer seu ânimo e comece a desesperançar.

Mas a verdade é que, após 16 anos de sono letárgico, de conformismo e apatia, esta categoria, a partir de março deste ano, e com toda força em abril e início de maio, despertou, abriu seus olhos para a vida ingrata que lhe impunham suas condições salariais e laborais, perdeu o medo, fez trovejar o brado de sua revolta e sua imensa disposição de luta sem tréguas por todo estado e se pôs a postos para exigir, a qualquer preço, os direitos mínimos que não lhe são garantidos, e que podem lhe diferenciar, a ela, composta de servidores dignos, honrados, dedicados e sofridos, de uma matilha de cães vira-latas.

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comarca de Gravataí paralisada na última quarta-feira, 25 de maio de 2011

E não é possível que, no momento crucial, aquele em que o patrão fecha efetivamente as negociações mantendo, convenientemente um arremedo de diálogo parcial (promessas vagas de votação, mas não de aprovação, da jornada de 7 horas no final de junho e tramitação, sem sinal positivo de aceitação nem prazo definido, de um processo burocrático sobre data-base), com o intuito de destruir a nossa mobilização e reduzir nosso ânimo novamente a zero, para que não tenhamos a “arrogância” de voltar a exigir, com as armas  eficazes e sem medo da paralisação e da quase acontecida greve, nos deixemos levar por sua truculência (que inclui já a ameaça de corte da efetividade dos dias paralisados em alguns foros regionais) e pela pouca vontade de uma direção sindical inerte e colaboracionista, e coloquemos a perder todo o esforço, e toda a consciência adquiridos até agora.

Poderemos abrir mão de direitos, até mesmo desmobilizar e voltar à rotina de sofrimento mudo e doloroso, mas as nossas próprias consciências, assim como nossos filhos, no futuro, não nos perdoarão e pagaremos o preço, cedo ou tarde, da desistência no momento-chave.

Enquanto muitos se debatem nas águas da dúvida, da evidente falta de atenção devida e ênfase da direção sindical, e outros tantos chegam a considerar, novamente, a simples e humilde recuperação, já parcelada no tempo (o que foi um erro infeliz aprovado na Assembléia geral, pois dilui a efetiva recuperação do índice histórico de 27%), de tão somente metade da defasagem inflacionária, não reposta há mais de vinte anos, como UTOPIA (!?), a realidade concreta e dura de um “auxílio-moradia” retroativo a uma década e meia, de legitimidade e ética duvidosa, auto-concedido, sem passar pelo crivo do Legislativo, e sem se submeter aos limites da “Lei de Responsabilidade Fiscal”, propicia benesses de até R$ 360.000,00 a um juiz de entrância intermediária, que se encontram há anos-luz de distância de um modesto reajuste de cerca de 800 reais (que é no que importariam os 27% para o básico de cada Escrevente de entrância igual). Enquanto alguns perdem o ânimo de prosseguir nas paralisações e chegar na própria greve, TRAMITA, CÉLERE E SEM CONTESTAÇÕES, novamente na Assembléia Legislativa, o projeto que tornará automática a reposição dos gordos subsídios da magistratura, que logo embolsarão mais 14,74%, além dos aumentos reais recebidos nos últimos anos. Para nós, entretanto, oferecem a continuidade, sem perspectiva de fim, de um arrocho de duas décadas, um plano de carreira que é antes um instrumento de opressão e aceleração da produção sem benefícios e a vaga promessa da fixação de um dia para “discutir” (mas não repor, de forma automática, como querem para seus salários) as perdas inflacionárias anuais.

Pense nisto, companheiro, antes de te deixar tomar pela desilusão, pelo esmorecimento, pela agonia de um movimento que parece não avançar, apesar de todo o empenho. E nesta data, CRUZE OS BRAÇOS, enfrente a represália e o medo, porque eles só perdem seu poder se desafiados conscientemente. Se companheiros da tua ou de outra comarca ou setor forem ameaçadas ou efetivamente "punidos" com o corte do ponto não tome isto como um motivo para te encolher e amedrontar, mas como uma injustiça inominável de um patrão a que cabe fazer a justiça e te prepare para resistir em solidariedade aos perseguidos, porque neste momento somos todos um, não há diferença entre ninguém, igualados que somos pelas mesmas condições de opressão econômica e funcional quotidiana. À repressão se deve responder com a radicalização da mobilização (a greve) até o fim de eventuais represálias e não com o acomodamento envergonhado.

E faça mais: faça a direção do Sindjus-RS ver que, definitivamente, o seu lugar é ao lado e à frente dos servidores nesta luta. Que não podemos esperar mais 3 quartas-feiras simplesmente paralisando, para deflagrar a GREVE, MAIS DO QUE NUNCA NECESSÁRIA, EM PROL DE UM MÍNIMO DE JUSTIÇA E DIGNIDADE, e que é preciso antecipar logo a próxima Assembléia Geral. Que não podemos postergar mais o conhecimento da população dos escandalosos benefícios de que goza a magistratura, enquanto padecemos, e a própria estrutura do judiciário, das mazelas mais absurdas e inadmissíveis.

Que, se nossos diretores sindicais não conseguem manter esta postura, não são dignos de seus mandatos e, sem que isto importe em nenhuma desonra, mas em coerência, devem renunciar e permitir que quem tem vontade e capacidade para conduzir de forma corajosa e instigante a luta o faça. E que é preciso, sobretudo, ter a ombridade e a sensibilidade de saber quando é o momento de radicalizar (e ele é agora, pois o próprio patrão já o fez) E NÃO DEIXAR PERDER-SE O PATRIMÔNIO DE CONSCIÊNCIA E MOBILIZAÇÃO ADQUIRIDO NESTES MESES, voltando a sofrer NUM ADORMECIMENTO ATROZ POR MAIS QUINZE OU VINTE ANOS! 

movimento indignação

27 mai 2011

Só por um MILAGRE conseguiremos 27% e data-base SEM GREVE!

Santa_Reivindicando_pelos_Servidores
faixa dos servidores do foro de Farroupilha junto a Nossa Senhora do Caravaggio, no seu dia

Na comarca de Farroupilha, os servidores estão apelando para todas as formas de pressão possível, a fim de dobrar a má vontade do Tribunal de Justiça, e forçá-lo a retificar o projeto de reajuste enviado ao Legislativo de 12% para 27%! Nem mesmo Nossa Senhora do Caravaggio, padroeira da cidade, do alto de sua serenidade maternal, escapou do lobby, na madrugada do último dia 26, quando se viu surpreendida pela colocação da faixa acima.

Depois que o Tribunal rompeu as negociações, enviando o índice insuficiente, apesar de sua rejeição por Assembléia Geral da categoria, realmente, só há duas hipóteses para se conquistar a reposição de metade das perdas e a instituição de política salarial de recuperação integral anual da inflação e fixação de data-base para discussão de eventuais aumentos reais e outras questões trabalhistas: OU OS SERVIDORES DA JUSTIÇA GAÚCHA ENTRAM EM GREVE, OU SÓ UM MILAGRE PODERÁ FAZÊ-LO!

O Movimento Indignação alerta, consequentemente, que, mesmo não se dispensando o auxílio da Santa, mais do que nunca se faz necessária a antecipação da próxima Assembléia Geral da categoria para a próxima sexta-feira dia 3, a fim de deflagrar logo o movimento paredista. Prova disto é que a própria direção do Sindjus admitiu a possibilidade da antecipação paro o dia 3 ou 10, em matéria veiculada no Correio do Povo na última quinta-feira, 26. O que, em razão da postura assumida pela executiva do sindicato no processo de mobilização, embora não seja um milagre, é resultado evidente da pressão dos servidores espontaneamente organizados, e mobilizados até o fio dos cabelos, através do e-mail setorial, na "Primavera de Abril" - que, com todos os contratempos deste mês de maio, continua florescendo plenamente.

MOVIMENTO
        INDIGNAÇÃO 

 

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Um blog para lutar em defesa dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul. Os autores propugnam pelos princípios republicanos; almejam uma sociedade justa

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