Canalblog
Suivre ce blog Administration + Créer mon blog
Publicité
Movimento Indignação
Movimento Indignação
Newsletter
Movimento Indignação
29 octobre 2009

Do botão e outros demônios

Tenho uma máquina de lavar roupa que é maravilhosa – quando funciona. O botão de liga/desliga apresenta mau-contato. Com isso, sou obrigada a ficar apertando sem parar o tal do botão, como se fosse um código Morse, até que ele se digne a funcionar.

E não adianta suplicar, praguejar, chutar a máquina: o botão é temperamental, só funciona quando quer! Geralmente, ele quer funcionar em dias de chuva, e raras vezes eu consigo que ele funcione quando o dia está ensolarado. Deve ser a tal da Lei de Murphy mesmo. Ou é coisa do capeta.

Eu sei que vou tocando, apertando, esmurrando o tal do botão, e às vezes, quando eu menos espero, a máquina liga. Aí eu me sinto recompensada e esqueço dela até a próxima vez que houver roupa pra lavar. E recomeça tudo de novo.

Muitas pessoas me perguntariam por que não mando consertar a máquina. Embora um conserto, ou mesmo uma máquina nova, me tirassem a curiosidade de saber quando ela, afinal, quer funcionar, eu não posso trocar de máquina. Não tenho dinheiro para isso. Preciso me acostumar a ela, por enquanto. E ela continua me torturando, enquanto  faço promessas para tudo quanto é santo para o maldito botão verde acender e eu não precisar lavar à mão aquele morro de roupa suja.

Assim como eu e o botão da minha máquina, ando vendo muitos colegas esperando que uma outra máquina também funcione e continue alcançando suas suadas urvizinhas. Só que aquela máquina também está avariada, e não tem vontade nenhuma de lavar o uniforme do pessoal. A máquina só liga quando é a sua roupa que precisa ser lavada. E não adianta xingar, praguejar, esmurrar, se o problema não tem solução.

Assim como  vou me livrar da minha máquina, assim que possa comprar outra, eu sugiro que os colegas se livrem da sua. É hora de aposentar todos os cacarecos jurássicos, responsáveis pela sujeira e pelas trouxas de roupa suja. Não se preocupem, porque vai sobrar gente muito boa pra botar a casa em ordem, embora sejam minoria.

E não se esqueça: o botão da descarga ainda será um redentor caminho para muitos!

privada

Publicité
28 octobre 2009

A "farra" urviana

Recebi há pouco excelente texto do meu grande amigo Ângelo, também servidor público, que ficou incomodado com as declarações do Des. Guinther à Zero Hora. Na verdade, como eu também fiquei, embora admire o Desembargador, vou reproduzir aqui o brilhante texto do meu amigo, que traz algumas informações bem pertinentes... boa leitura!

No artigo “O que é reputação ilibada?”, sob este título o desembargador Guinther Spode escreveu em ZH, sobre a “farra da URV” e a “REPUTAÇÃO ilibada” do TJRS ao conceder e pagar a URV a seus juízes e depois, de algum tempo, bem considerável, estendê-la aos servidores de forma parcelada.

Sabemos que a URV foi auto concedida à magistratura por determinação e através de atos internos do próprio TJRS EM 1995; logo a seguir veio o MPE repisando a forma não adequada, adotada pelo TJRS. E, por derradeiro, a PGE através de sua associação ajuizou ação pedindo a URV ao Estado que, por “mera coincidência”, não contestou a ação dos Procuradores, ficando o estado devedor da URV e sucumbente da ação. De posse de sentença favorável negociaram com o Governador Olívio Dutra o pagamento das URV, que foi feito por Decreto do Executivo. Sabe-se que a Fazenda Pública só deve pagar despesas salariais de servidores, do primeiro andar ou não, mediante lei de iniciativa do Governador e devidamente aprovada na Assembléia Legislativa Nestas hipóteses supra aboliu-se a obrigatoriedade legal.

Também sabemos que há muito as entidades de classe do Judiciário, do MPE e da PGE reivindicavam o mesmo tratamento daqueles que se auto concederam, como os magistrados, os promotores e os procuradores, mas só depois de longo lapso de tempo e na via judicial passaram alguns a receber para depois virem as “negociações da URV” a titulo de aumento salarial, dos servidores em geral.

Como cidadão  não vejo, na forma como foram auto concedidas as vantagens salariais da correção da URV, não plenamente estendida a todos os servidores do Estado, como uma maneira tão ilibada compatível com a “reputação” defendida pelo desembargador G. Spode, mas presumo que existiu sim uma verdadeira “farra da URV” nos órgão mais importantes de defesa e controle das normas legais vigentes no País e no Estado. Acredito que o CNJ está com a plena razão ao tratar o assunto como uma “farra” institucional.

Entretanto, se farra houve, com certeza os servidores não concorreram para isso. Por que, então, a penalização?

1 septembre 2009

OS NOVOS ESCRAVOS

Está consolidado o surgimento de uma nova classe de servidores públicos: os endividados do crédito consignado, aqueles que trabalham, exclusivamente, para sustentar os hipossuficientes bancos. Os grilhões do crédito consignado funcionam como uma bola de ferro presa à perna do servidor público.

Premidos pela ausência de reajuste salarial há anos, apontados pela opinião pública como vagabundos (que desconhece que os vagabundos são os parentes e amigos, que detém cargos comissionados para nada fazer, senão sobrecarregar os concursados), o servidor público recebe a tentadora proposta do crédito consignado.

Sem reajuste, sem atenção do Poder Público, assacado pelo sedutor apelo dos bancos, que oferecem empréstimos a perder de vista e cheio de contas atrasadas no bolsos para pagar, o pobre diabo vende sua alma ao banco. A partir daí, o que se vê, nas cenas dos próximos capítulos, é o cara correndo atrás, tentando renegociar, novando dívida, tirando um outro empréstimo num outro banco para pagar o primeiro e sobrar qualquer coisinha para ir ao supermercado, e aí já é tarde demais: o servidor virou escravo dos bancos.

E de quem é a culpa, afinal? Do servidor, que ganha pouco, não lesa ninguém, tenta viver honradamente e pagar suas contas? Ou será que a culpa é daqueles que permitem que o servidor se endivide até a raiz dos cabelos, daqueles que não cumprem a lei e não pagam sequer o que lhes é devido como salário, na forma do reajuste anual previsto no artigo 37 da Constituição? Onde deve estar um administrador público que não cumpre a lei, na sua confortável cadeira, ou no presídio?

No TJRS, até hoje o Presidente Armínio não pagou os juros que deve sobre os valores que vem pingando, de conta-gotas, na mão dos servidores, quando os mesmos valores, anos atrás, foram integralmente pagos a Suas Excelências. Dois pesos e duas medidas, como sempre: o servidor, que faz a máquina judiciária funcionar, tem menos direito que o magistrado a receber o que lhe é devido.

É por isso que eu sugiro uma Emenda ao artigo 5º da Constituição Federal. Onde diz “todos são iguais perante a Lei”, entenda-se “todos são iguais perante a Lei, ressalvadas a família Sarney e a família TJRS”

Desesperado, recebendo uns trocados de salário, sem nenhuma perspectiva de melhora em sua situação financeira, ele bate à porta do Judiciário, pedindo, pelo amor de Deus, uma liminar para conter a sanha enfurecida dos bancos sobre o seu salário. Argúi o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, a necessidade de sobrevivência familiar, mostra as contas por pagar, enfim, pede socorro.

Alguns juízes concedem a tal liminar, enquanto outros tem a coragem de denegá-la, sob o pretenso argumento de que o servidor se endividou porque quis. Simplesmente esquecem os princípios constitucionais e atiram a culpa sobre o servidor. Tais juízes deviam ser condenados à pena de tentar sobreviver um mês com o salário do servidor cuja liminar negaram. Ia ocorrer suicídio em massa, eu garanto...

Novos escravos. Trabalham para sustentar os bancos. E ainda tem que ouvir da boca dos juízes, em seus despachos, que se endividaram porque quiseram... faça-me o favor!!!

Deus abençoe os juízes independentes e os jornalistas corajosos, porque deles depende o futuro do Brasil!!!

ESCRAVO

5 août 2009

Em nome da HONRA

    

   Nossa humilde e respeitadíssima homenagem à HONRA das Excelentíssimas e Egrégias autoridades públicas, que abrem processos administrativos, cíveis e criminais contra os "criminosos da informação e opinião", em defesa da HONRA de seus negócios privados.

yeda1                                   yeda2               

                    Que NÃO sirvam nossas façanhas

                 De modelo a toda terra!

                   

                          Rio Grande do Sul,

dia de Santo Apolinário/2009

                                                         Movimento Indignação

4 août 2009

A IMPRENSA CONFORME O DESEMBARGADOR (CENSURADO)

Ralph J. Hofmann

Sexta feira passada o jornal (censurado)  foi notificado de uma liminar proibindo que (censurado) sobre a família (censurado) alegando que é uma impostura ao Senador (censurado) que não pode neste momento da história (A armas e os barões assinaladas)  ter suas cãs camufladas de tintura caju vilipendiadas por (que da ocidental praia lusitana), sendo os fatos descobertos através de trabalho jornalístico-investigativo ( por mares dantes nunca navegados).

Quer o Desembargador (passaram muito além da Taprobana – Nota Cultura: Taprobana = Ceilão ou Sri Lanka) que o Jornal ( informação reservada), passe a consultar a família (ene-bene-bá-tu-bis-flex FORA), antes de emitir ( escravos de Job) quanto a  qualquer alegação de impropriedade em relação a (Salve Lindo Pendão da Esperança).

Tal atitude revela uma ( Nenhum homem é uma ilha) quanto à Constituição e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que entendemos ser (considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo). Consideramos tal atitude uma (Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum, )  que enodoa este (Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,  (Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,).

Cremos que tal Desembargador  (Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,) e  deveria (  Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação).    .

Ainda neste teor queríamos dizer que (Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele) o que não está ocorrendo no (Todos os animais são iguais, mas os porcos são mais iguais que os outros – George Orwell).

Considerando o acima, dentro da atual situação no (censurado) achamos que o Ministério da (Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.)  e que a defesa da liberdade de (Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.).

No (censurado) parece que ( Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição  de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos).

Agradecimentos são devidos à tchurma que ao fim da Segunda Guerra escreveu alguns dos tópicos que apresentamos entre parentes.

Publicité
31 juillet 2009

Tempo do império

    Um corregedor de justiça, ao passear descontraído pelos elevados bosques germânicos do sul, local onde as mais belas flores se apresentam ao mundo, expressou a seguinte pérola em sua oratória: “há muitas coisas no Judiciário que são do tempo do império, tal como o concurso para escrivão”.
Na ocasião, incitou mudança e depreciou as atribuições relativas ao cargo público de escrivão que, convenhamos, certamente não é mais antigo do que os de juiz ou desembargador. Os ruídos que emitiu só ampliam a desconfiança de que está em andamento um plano fascista de administração da Justiça.

    Interpretar chavões não é minha atividade preferida. Todavia, diante das cotidianas agressões às nossas capacidades de pensar, e considerando que a frase vazia expressada pelo corregedor foi pronunciada perante oficiais escreventes recém admitidos, em estágio probatório, demonstrando a política de “enfiar goela abaixo” uma série de asneiras, que não constituem, a rigor, argumentos, julgo relevante tecer breves notas, as quais estão diretamente endividadas com comentários formulados por colegas de trabalho:

1) A expressão “tempo do império” não seria mais adequada para ilustrar formas de tratamento e fantasias lingüísticas tais como “Excelentíssimo” ou “Egrégio”?

2) No horizonte de compreensão do bordão “tempo do império”, expressado que foi de modo pejorativo em agressão aos escrivães do Judiciário, a moralidade pública, a independência no exercício de função pública e a garantia da não existência de privilégios são propósitos intempestivos e estão em desacordo com os princípios constitutivos da República?

3) Quais são os parâmetros do insigne corregedor autoritário para entender, grosso modo, que o moderno Judiciário é “melhor” no trato da coisa pública que em outros tempos?

    A novidade, ao que parece, é o privilégio na administração pública, a apropriação do espaço público por interesses privados, a desconsideração ou mera agressão dirigida às atividades intelectuais de servidores “que não alcançaram o trono de juízes ou desembargadores”.

    Nem a Constituição francesa, nem mesmo a Declaração dos direitos serão apresentadas a nenhuma classe de cidadãos como tábuas descidas do céu, às quais é necessário adorar e crer. Seu entusiasmo não estará fundado sobre preconceitos nem em hábitos de infância, e poder-se-á dizer-lhes: Esta Declaração de direitos que vos ensina o que deveis à sociedade e ao que tendes direito de lhe exigir; esta Constituição que deveis manter à custa da própria vida não são senão o desenvolvimento daqueles princípios simples ditados pela natureza e pela razão, aos quais haveis apreendido a reconhecer, em vossos primeiros anos, como verdade eterna. Enquanto os homens não obedecerem exclusivamente à sua razão e receberem suas opiniões duma opinião estranha, em vão se quebrarão todas as algemas e em vão procurariam ser úteis estas verdades impostas; o gênero humano nem por isso ficaria menos dividido em duas classes: a dos homens que raciocinam e a dos homens que crêem; a dos senhores e a dos escravos (Condorcet).

                                                                                                                              Tiago Jacob

29 juillet 2009

Três pontinhos ou reticências?

O primeiro defensor da separação entre a Igreja e o Estado, entre os assuntos do mundo espiritual e do mundo material foi Jesus. Interpelado pelos fariseus se era lícito pagar impostos a César, respondeu: “Quæ Sunt Cæsaris Cæsari et quæ sunt Dei Deo”- “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”

Portanto, soa-me totalmente descabido e irracional que numa sociedade democrática existam associações secretas e esotéricas que possam alterar o destino de outras pessoas senão com base na Lei. Nossa Constituição assegura a liberdade religiosa, mas não a exceção com base no que é secreto, pois o componente anímico não pode influir na decisão jurídica ou política - isso é ridículo! Então por que, em pleno ano de 2009, eu tenho que me deparar com as pessoas assinando com os famosos três pontinhos em documentos? Qual a vantagem desta identificação, que os não-maçons não tem, que estaria criando um provável privilégio? Seriam três pontinhos, ou reticências?

Eu respeito os maçons, assim como respeito os evangélicos, os judeus, os católicos, os espíritas, os rosa-cruzes e membros de todas as outras filosofias ou religiões, como queiram chamá-las. Conheço maçons maravilhosos e maçons tenebrosos, pessoas que dedicam sua vida a auxiliar o próximo e pessoas que se tornam maçons porque almejam cargos, poder e privilégios em função disso; conheço judeus perdulários e judeus sovinas; conheço bons católicos e péssimos católicos, e assim por diante, o que me leva a pensar que não é a ideologia, filosofia ou religião, mas o caráter, que vai definir e delimitar o ser humano. Conviver com a desigualdade, com a diferença,  respeitar as características de cada ser, faz parte do livre-arbítrio e do kit de educação básica de cada um.

É por isso que eu não posso aceitar os três pontinhos... estas reticências que servem, na verdade, para invocar benefícios e esquecer o jurídico em detrimento do religioso – ou filosófico, como queiram. Com isso, eu não posso conviver! Sair de uma audiência em que todos, menos eu, lançaram os tais pontinhos, é como ser excluída de um código secreto que oculta a compreensão dos chamados profanos e promove uma identificação entre irmãos maçons. E quem me garante que eu não terei um prejuízo jurídico em razão de não pertencer à mesma tribo?

Sejam maçons, umbandistas, espíritas, evangélicos, judeus ou nada disso, Senhores, a lei é para todos! Eu não posso admitir que alguém, identificando-se com outro da mesma ideologia, simplesmente passe por cima da lei e finja que o Tribunal é uma loja maçônica, invocando privilégios secretos que a lei não confere a todos. Isto chama-se aberração.

Que os assuntos maçônicos, que dizem respeito à evolução espiritual de cada um, sejam mantidos dentro da loja. Lá fora, no Tribunal, o assunto é jurídico, e ponto final. Um ponto, e não três...

Simone Janson Nejar

OAB/RS 77.033

24 juillet 2009

Atitudes Suínas

Custa a crer na notícia abaixo, copiada do Blog do Movimento Indignação de funcionários do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Uma funcionária do Foro teria falecido de Gripe A. Os funcionários do departamento médico de Fórum Central foram vistos hoje envergando máscaras e portando luvas de látex.

Constatei esta semana, quando estive naquele prédio, que os banheiros do mesmo não possuem sabão de qualquer natureza em suas pias. Recebi há pouco informação de que não há no momento estoques de  detergente nem desinfetantes à disposição dos encarregados de limpar o prédio.

A diretoria do Judiciário pede aos funcionários que não espalhem informações alarmistas, porém permite que os médicos e enfermeiros desfilem com material de proteção, uma atitude perfeitamente estúpida se não houver perigo. Seria de esperar que uma entidade dirigida por pessoas instruídas e bem informadas estivesse na vanguarda de ações preemptivas no caso de uma morte não-explicada, justamente no Estado que mais tráfego tem com a Argentina, onde a moléstia está causando grande número de vítimas.

Contudo, dado o modo de contágio desta gripe, por contato com material depositado sobre superfícies, em poucas horas a administração deveria ter tratado de confirmar a falta de material de limpeza e material de proteção pessoal, sabonetes, esponjas desinfetantes, ao menos para evitar o pânico e a preocupação.

Infelizmente essa não é uma atitude restrita a este organismo público nem a esta crise. A primeira reação da alta burocracia deste país é negar tudo, pedir tranqüilidade e ficar bem quietinho. Ver se a onda passa. Afinal, o exemplo vem de cima. 

Ralph J. Hofmann

14 juillet 2009

Debilidade, confusão ou corrupção?

    brutti1

– Alô! Boa tarde! Gostaria de falar com a juíza... – solicita, entre pilhas invencíveis de processos a cumprir, descontraído trabalhador de um dos poderes da República, o Judiciário, bravo trabalhador entre aqueles menos retribuídos pelo desempenho de suas atividades.

– Como assim só juíza? Não te dei essa intimidade!!! Quem tá falando? Juíza é excelência!!! Mas o que tu qué? – pergunta e esbraveja ao mesmo tempo uma boçal trabalhadora do Poder Judiciário que se preocupa, sobretudo, em garantir a perpetuidade de uma imagem de superioridade que conquistou ao exigir dos outros submissão, mediante ameaças. Na ocasião, a ligação telefônica lhe estorvou diante de mensagens compartilhadas no mensageiro da Microsoft, que funciona a todo o vapor.


Fiquei pensando nos últimos dias sobre o teor de meu discurso entre os incríveis do Grupo 30. Poderia tomar caminhos de um discurso filosófico, mas decidi simplesmente denunciar literariamente a alienação de alguns agentes do Poder Judiciário.

Ao narrar o diálogo abestalhado, pretendo inaugurar debate público sobre fraquezas mentais ou espertezas teatrais já testemunhadas por trabalhadores do Poder Judiciário. Como sabemos, alguns trabalhadores subitamente esquecem a condição humana de fragilidade e finitude, sobretudo entre aqueles que personificam órgãos estatais. Proferem discursos a partir de um púlpito mesclando religiosidade com obsessões por superioridade. Não agem como hierarquicamente responsáveis pelos serviços judiciais prestados, mas como se integrassem uma espécime privilegiada ou raça superior, para usar a terminologia do nacional-socialismo alemão.

Que me perdoem desembargadores, juízes e escrivães de boa índole, inteligentes e sensíveis, mas ao que parece a praga da empáfia corre solta.

brutti2

Oriunda de um longínquo rincão da província do Rio Grande do Sul, uma guria, futuramente titular do cargo de juíza, vem ao mundo do mesmo modo que outras criaturas de características humanas. Criada à base de polenta e leite, ingressa na escola e depois de muito aperto conclui o ensino médio. É aprovada em vestibular e ingressa no curso de direito. A partir daí a esquizofrenia de superioridade começa a ganhar contornos mais precisos.

A estudante, com dificuldades de escrever e sobretudo de interpretar textos, logo começa a conhecer seu principal defeito, a irritabilidade e a sensação de superioridade, que não se confunde com auto-estima. Julga-se forte, competente e capaz de opinar sobre tudo e todos. Quando algum parente lhe solicita pareceres, sua voz se torna alta e os termos soam rebuscados. Surge até uma que outra expressão em latim durante o discurso. Ninguém entende bem o que ela tenta expressar.

brutti3

Algum tempo depois, a jovem, de cabelos e cutículas bem cuidados, arrecada um namorado bem posicionado financeiramente, que também pensa “em chegar na frente” ou “vencer na vida”. Ele logo é integrado ao serviço público com remuneração de nobre, situação que viabiliza patrocinar os cursinhos da bela guria especialmente após a graduação.

                      Concluída a graduação, a garota sofre o impacto de um forte momento de angústia. Reconhece a fragilidade de sua condição. E agora, o que fazer? Não sabendo lidar com angústias e frustrações, logo “incorpora” espírito de representante da lei e de defensora de um Estado que ela mesma não faz idéia de como foi conquistado. Trata as leis como tábuas descidas do céu, infelizmente dispensando o pensamento, atividade constitutiva e distintiva do ente humano. Ela não sabe distinguir Estado de democracia e emperra ao discursar sobre a arquitetura especulativa de uma República.

brutti4

Ao participar de cursinho na AJURIS aprende que qualquer pessoa provida de capacidade de memória pode “chegar na frente”. Depois de muito esforço, consegue ser aprovada em concurso para juiz. Esse concurso mede muitas coisas, mas não necessariamente o caráter de quem atuará nos julgamentos. Convenhamos, para ser juiz o mais difícil é superar a chatice de sessões doloridas de estudos e desenvolver o palavrório jurídico, tanto oral como escrito. É necessário ainda evitar enfrentamentos durante a vida pregressa. O mérito está aí. Pessoas bem treinadas para dizer o direito.

                  E agora guria bonita? Você é orgulho da família, mas o que sente acerca do próprio comportamento?

Muitos processos e a corregedoria no encalço, sempre cobrando resultados em escala industrial. Alguns corregedores lembram a formação de uma tropa de choque ao tratar oficiais escreventes como uma raça inferior, formada por criaturas incapazes de alcançar os “sofisticados” pensamentos que somente eles conseguem conceber.

– Se não tá satisfeito, tem fila pra entrá no Judiciário. Vocês tem que se contentá, porque ganham até bem perto de outros no mesmo tipo de emprego exprime desvairado um jovem corregedor que manifesta o mesmo ranço autoritário de seus avós simpatizantes de militares e de oligarquias tradicionalmente protegidas no Brasil.

brutti5

Ora, senhor corregedor, não haveria também fila de cidadãos habilitados a ser desembargador, corregedor ou juiz? Não aja precipitadamente por medo de perder seu espaço, não temos interesse nesse lugar por enquanto! Só peço que deixe de asneiras e respeite os interesses e a intelectualidade dos cidadãos!

A conversa fiada do corregedor é um anti-discurso, ofende quem pensa por si mesmo e não se submete a mecanismos de dominação. Seu papo seria mais preciso se dissesse:

– Vocês não tem direito de reivindicar, aceitem a mordaça, calem a boca escreventes nojentos e seus comparsas comunistas!!!

Antes que censurem a linguagem deste ensaio literário, por não ser “culta”, “honorável” ou “honrosa”, incito que assistam sessões do Congresso Nacional e, porque não dizer, do Supremo Tribunal Federal.

O corregedor que pronunciou as asneiras passou ileso e sua conversa produziu efeitos. Trabalhadores de base do Judiciário deixam de reivindicar tratamento digno, melhores salários e planos de carreira diante das ameaças constantes que recebem (processos administrativos, corte do ponto etc.).

                    No embalo dessa cordeona, torna-se inexplicavelmente urgente e decisiva a extinção do cargo de escrivão, substituído pela livre nomeação de trabalhador “de confiança” do juiz, que por sua vez também deve ser “de confiança” da presidência do Tribunal. Será “melhor” para os Cartórios Judiciais gaúchos, dizem os administradores judiciais no poder. Convenhamos, poderá ser pior aos trabalhadores, aos estudantes interessados em cargos públicos e aos cidadãos usuários. Emergindo o poder de controle perigosamente apenas da vontade do juiz, anuncia-se o crescimento de uma classe de “puxa-sacos” submissos, talvez mesquinhos e descompromissados com o bem-comum.

brutti6

Resolvi divulgar aqui uma suspeita que até então havia mantido em segredo: a administração judicial central ocupa parte de seu tempo fiscalizando o que alguns trabalhadores escrevem na imprensa e se utilizando de serviços de inteligência para violar a privacidade de emails. Um administrativo aqui e outro lá, por crime de opinião, e segue o baile no tom autoritário. Não é absurdo anunciar que neste início de século observamos o crescimento vigoroso de um regime autoritário das cúpulas do Judiciário sobre os trabalhadores cartorários que constituem e sustentam as atividades desenvolvidas por esse poder da República.

É justo dizer que nem todos os desembargadores, juízes e escrivães agem autoritariamente em desobediência aos princípios republicanos (liberdade de expressão, igualdade de condições, humanidade, laicidade, direito de resistência à opressão, dignidade etc). Seja o que for, urge estimular, no caso do Rio Grande do Sul, a conquista de novos espaços para a difusão de uma perspectiva de mundo e de justiça mais civilizada e igualitária, o que implica eleger uma nova presidência para o Tribunal de Justiça, que se ocupe mais em efetivar propósitos de acesso popular aos direitos individuais e coletivos do que em achincalhar trabalhadores.


A “excelência”, que também pode ser chamada pelos íntimos de doutora, em que pese não possuir esse título, sempre que pode se põe na ponta dos cascos ante um trabalhador comum. Ela ainda se julga imortal. Diante do coice que levou, o trabalhador solenemente ousa responder, soando irônica sua humildade:

– Excelência, perdoe esse pobre criado; não sabia que era tão importante para a Excelentíssima Senhora Doutora ser chamada dessa forma. Conceda o direito de falar a esse humilde súdito!

brutti7

A juíza lá dos rincões já não é mais a menina serena e simpática da mocidade. Agora é, antes de tudo, juíza, julga-se confirmada pelos deuses para essa atividade, tal como uma profeta bíblica. É uma pessoa que “deu certo na pista de corrida da vida”. Agora escreve expressões em latim, como padres durante a Idade Medieval, talvez para não se fazer entender.

            Que vidinha medíocre essa de “assediadora moral”! O cargo que conquistou mediante concurso, de órgão do Estado, é agarrado com unhas e dentes com pouco juízo, sem equilíbrio, sem sensatez.

  Resta-nos a atividade de classificar o infame: a juíza do conto literário ou é deficiente mental (esquizofrênica) ou é muito confusa (em outras palavras, confunde esse cargo republicano com uma benção divina incorporada). A última hipótese é que seja corrupta, isto é, que se aproprie do espaço público para alavancar interesses privados, bem ao tom do ditado popular: “faz-se de leitão vesgo para mamar em duas tetas”.

brutti8


O Grupo 30 luta pelo aprimoramento republicano do Poder Judiciário, para que se torne cada vez mais célere e eficiente na prestação de serviços jurídicos, o que implica contratar mais servidores, com garantia de dignidade em trabalho e aumento de sua remuneração.

À luta trabalhadores cidadãos da República e artífices desta nação! RESPEITO e LIBERDADE DE EXPRESSÃO!!!

brutti9

Tiago Jacob


13 juillet 2009

O galo canta mais cedo na Madrugada do Rio Grande

 

É com grande alegria e redobrado ânimo de luta que o Movimento Indignação anuncia a estréia de mais um batalhador da causa da nossa classe e, de modo geral, da causa republicana, de decência na administração pública e de respeito à cidadania.

Tiago Jacob é Bacharel em Direito e Mestre em Educação nas Ciências/Direito; professor das disciplinas de Sociologia Jurídica, Direito Empresarial e Hermenêutica Jurídica na Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ.

É funcionário de carreira do Tribunal de Justiça/RS, exercendo seu cargo na cidade missioneira de Giruá, sua terra natal.

Terra de Sepé Tiaraju, Missões é o berço do Rio Grande do Sul. A civilização pré-comunista erguida pelos padres jesuítas e índios Guaranis não parou de florescer. Com a chegada de várias etnias de imigrantes, o miscigenado povo missioneiro é disciplinado trabalhador e de férreos princípios. Faz sua parte na sociedade e sabe fazer-se respeitar.

E é com esse espírito que o Companheiro Tiago estreará amanhã como guerrilheiro das letras no blog do Movimento Indignação. Seu discurso anunciou levar ao ar pontualmente às seis horas, porque na região Madrugada do Rio Grande, o galo canta mais cedo!

Bem-vindo, Companheiro!

Movimento Indignação

Publicité
<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>
Publicité
Movimento Indignação
Movimento Indignação

Um blog para lutar em defesa dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul. Os autores propugnam pelos princípios republicanos; almejam uma sociedade justa

Archives
Visiteurs
Depuis la création 380 477
Pages
Suivez-moi
Publicité