Tribunal divulga pagamento do retroativo de forma parcelada e Sindjus reage de forma balbuciante!
Há mais de duas décadas amargamos perdas salariais inflacionárias que, presentemente, já ultrapassaram os 71%! No mesmo período, o quadro de pessoal se manteve com vagas improvidas de cerca de 2.000 servidores.
O resultado é uma situação financeira cada vez mais difícil, que beira à falência, e de um desgaste absurdo e sem perspectivas no exercício do trabalho, frente a uma demanda que só aumenta, sem que ocorram as nomeações necessárias.
Buscando remediar um mínimo esta situação, os servidores foram à luta em 2015 e após 20 dias de uma greve forte e sem quartéis obtiveram a promessa da reposição da inflação do ano de 2014, cujos recursos já se encontravam devidamente orçados E INCORPORADOS nos cofres do Judiciário Gaúcho desde o ano passado.
Surpreendidos, nas semanas seguintes ao fim do movimento paredista, viram a realidade da reposição mínima ofertada se transformar numa lenta agonia, perpassada pelos mais imprevistos e absurdos golpes, desde a contrariedade explícita do governo do Estado à falta notória de combatividade das lideranças sindicais.
Quando finalmente vêem aprovado o percentual esperado (cujo valor já não representa mais nada, corroído que foi, após um ano inteiro de espera), recebem a infeliz notícia de que o patrão Judiciário pretende pagar, SE FOR POSSÍVEL, apenas os meses de maio e junho (e o de julho, é claro) na próxima folha. Os demais da retroatividade capenga (janeiro a abril) somente QUANDO HOUVER RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS!
E o Sindjus, PASMEM, se limita a reproduzir a notícia, COMO SE NADA DEMAIS ESTIVESSE OCORRENDO. Somente após dar por conta da gritaria indignada de centenas de servidores Estado afora, se preocupa em se posicionar, mas ao invés de protestar e exigir o justo, emite uma nota recomendando que não se trabalhe daqui pra frente além do horário... Coisa que não deveria nem se imaginar devesse estar ocorrendo.
Quando pensávamos que havia acabado a novela tragicômica, que finalmente poderíamos receber, em uma mais do que merecida folha suplementar única, a diferença atrasada da reposição (que já nada repõe, mas colaboraria para minorar um pouco pelo menos a insolvência sem remédio) descobrimos que, ao que parece - contra todas as regras da lógica, do bom senso e da racionalidade - a ópera bufa apenas começou! Um ano atrás a confiança e a esperança na luta. Hoje, a traição inexplicável nos apunhala de surpresa.
A pergunta que não quer calar, atravessada na garganta dos servidores é: onde está o dinheiro recebido no duodécimo desde janeiro para pagar o parco reajuste de 8,13%, que o Tribunal não pode repassá-lo de imediato aos seus legítimos destinatários?
E onde está o Sindjus-RS que, diante do absurdo do pagamento parcelado do retroativo, se limitou a noticiar as declarações do patrão e agora vem propor que ninguém trabalhe além do horário sem pagamento (o que deveria ser a regra) como a única forma de protesto/pressão diante dos fatos. Se a direção sindical reeleita é incapaz de corresponder à indignação que tomou conta dos servidores, é chegado o momento de repensarmos se ela nos representa. Para procurador que abusa dos poderes concedidos, a saída racional é a revogação do mandato. Pensemos nisto, companheiros!
movimento indignação