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Movimento Indignação
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30 mai 2012

Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! Venha correndo e assista gratuitamente ao fantástico espetáculo do Gran Circo Sindjus!

Gostaríamos, sinceramente de não ter de estampar a manchete acima. Se fôssemos meros militantes oportunistas da oposição à atual diretoria do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, com certeza estaríamos espocando fogos de artifício com a notícia estrondosa recebida na manhã de hoje (na base do "quanto pior, melhor"), ou, no máximo, dando gargalhadas de hiena da nossa própria desgraça como categoria. Porque o noticiado é digno, infelizmente, dos piores filmes pastelões do cinema mudo e de fazer corar o Gordo e o Magro e os Três Patetas.

Mas porque o nosso interesse maior é exatamente o mesmo dos trabalhadores da justiça, porque somos antes de mais nada peões tão encalacrados e massacrados como a multidão de companheiros pelas comarcas do Estado afora, é que assistimos com absoluta estupefação o cenário, de forma desesperada e impotente, diante de uma liderança sindical que se auto-concedeu a independência... não do patrão ou de interesses estranhos, mas dos próprios sindicalizados a quem deveria representar e cujos interesses deveria defender com a mais absoluta e fiel radicalidade!

E por isto não podemos calar nem deixar de caracterizar perfeitamente a "palhaçada" que surpreendeu, como uma bomba, os mais de  6 mil trabalhadores da justiça, na manhã de antontem, após solenes e sonolentos  25 dias de silêncio (desde a última reunião do Conselho de Representantes do Sindjus-RS) e está configurada na notícia abaixo reproduzida:

[28/05/2012]

TJ chama Sindjus/RS para discutir a questão salarial

Foto: Maria Rosa Junges

No final da tarde de sexta, dia 25, o Tribunal de Justiça informou que no próximo dia 15 de junho, às 14h, receberá o Sindjus/RS para discutir a reposição salarial dos trabalhadores.
Frente a este novo fato, não se justifica a realização da reunião de representantes, agendada para o dia 1º de junho.
Para o Sindjus/RS, mais importante é juntar todas as nossa forças e tempo para fortalecer a assembleia geral do dia 15 de junho, que será realizada em frente ao Tribunal, na avenida Borges de Medeiros.
Apoio da categoria
Será fundamental que enquanto a direção do Sindicato estiver reunida com a administração do TJ, tenhamos o apoio e a presença da categoria em frente ao TJRS. Somente com uma mobilização forte, e respaldo ao Sindicato, poderemos assegurar um bom índice de reposição, que atenda as expectativas dos trabalhadores.
Situação conhecida
O Tribunal conhece a situação dos trabalhadores e que as nossas perdas passam dos 43%. Sabe muito bem as condições de trabalho impostas a categoria. Portanto, não é possível que venham a apresentar um índice rebaixado, distante desta realidade.
Recursos existem. Tanto que o Tribunal tem pago, mensalmente, milhões de reais de auxílio-moradia a alguns magistrados.
Valorização
A expectativa é que, além da apresentação do índice condizente possam ser discutidas outras reivindicações da categoria como PCS, jornada de sete horas e data-base, cujas pautas foram entregues ao TJRS em abril e até o momento nada foi encaminhado.
Assessoria de Comunicação
28/5/2012 18:48:39

Um habitante do planeta Marte, em tour casual pela Terra, suporia, lendo esta estrondosa matéria que, após semanas de aguerrida e renhida pressão dos trabalhadores, de todos os tipos, demonstrando o ânimo mais furioso e reivindicante e ameaçando cruzar os braços por tempo indeterminado, atéo atendimento das justas e urgentes reivindicações, os chefes do Poder Judiciário gaúcho, apavorados com a possibilidade de ver o caos instaurado nos seus serviços, finalmente resolveram chamar, às pressas, os líderes do Sindicato, para negociar e evitar a tão temida greve, abrindo mão dos privilégios concedidos lautamente à magistratura e determinando a recuperação imediata de substancial parte das perdas salariais, além de garantir um calendário para a reposição do restante e o reajustamento anual integral da desvalorização inflacionária daqui para diante. E que, justamente por temer uma greve demorada e forte, diante da fúria incontrolável e explícita de seus servidores, pretendem desde logo garantir um plano de carreira decente (esperado há duas décadas), assim como a nomeação das milhares de vagas faltantes, a revogação da redução do almoço e a adoção imediata da jornada de 7 horas contínuas, reclamada também há décadas. Estranharia, o nosso turista, somente, porque, se é assim, os líderes sindicais fazem questão de suplicar aos seus representados que respaldem-lhes e lhes dêem apoio, permanecendo vigilantes em frente ao Tribunal, enquanto eles são recepcionados pelo chefe do poder.

A manchete do Sindjus, portanto, seria motivo de aplausos e fogos de artifício! E é possível ler nas entrelinhas: "Olhem só: nem se exauriu o prazo dado após a última reunião de representantes, no início do mês, e sem nenhum esforço, apenas com a colocação de cartazes" -  sem graça  - "nos corredores do foro relativos à campanha salarial"  (que custam, invariavelmente uma fortuna ao sindicato) ", o Tribunal se antecipou e mandou dizer que anunciará aos destemidos, combativos e esforçados líderes dos trabalhadores da justiça o milagre da multiplicação dos salários em plena Assembléia da categoria, que terá a chance de 'debater' e aceitar o benefício in loco, ao pé do prédio do Tribunal da Borges!"

Gostaríamos muito que o mundo de fantasia, eivado de entusiasmo bufo e "ingênuo", fosse real. Mas o fato é que o que temos pela frente é, mais uma vez, o triste e trágico desfecho de uma novela conhecida e esperada, que talvez justifique o silêncio e a falta completa de participação da grande massa dos companheiros nas últimas atividades sindicais desde o início do ano (150 servidores na Assembléia Geral de março, algumas dezenas no ato em frente ao Tribunal em abril e nem um terço das comarcas na reunião do Conselho de Representantes em maio).

Se realmente a administração patronal tem toda boa vontade que parece transparecer do comunicado feito à direção do Sindjus, por que não traz a público, desde agora, qual sua contra-proposta à recuperação integral e imediata das perdas de 46%, e aos outros temas candentes da pauta de reivindicações, até para que, democrática e abertamente, possamos discuti-la e deliberar a respeito, com todo o tempo hábil possível e necessário?

O chamamento à direção sindical para uma audiência justamente no dia e horário em que esta deveria estar coordenando a Assembléia Geral da categoria dos servidores da justiça significa na verdade um deboche e o atropelamento completo dos nossos interesses e decisões. Na pior das hipóteses, poderia, às vésperas da Assembléia, apresentar o "índice" de reposição e as demais contra-propostas. Porque é simplesmente impossível e inadmissível que só o faça no momento em que, já exauridos todos os prazos concedidos pela categoria, ao menos que pretenda atender totalmente as reivindicações (o que, dadas as circunstâncias, é completamente improvável) ou simplesmente constranger-nos a aceitar, no último segundo do round, sem qualquer apelação, a migalha que pretende, novamente, como nos anos anteriores, nos impor.

 A atitude coerente da direção do Sindjus-RS, portanto, diante de tal comunicado, deveria ser de exigir uma audiência imediata, de rechaçar a tentativa de convencimento na base do bafo na nuca, denunciando uma óbvia manobra que (se não resultar na imposição de índice) pode vir a servir para postergar ainda mais a definição do reajuste, remetendo-a, faltalmente, como no ano passado, para depois do processo legislativo em julho. E não, simplesmente, aceitar calada e imóvel (e, parece, contente) a "agenda" determinada pela presidência do Tribunal de Justiça.  Ao menos, é claro, que acredite na possibilidade, sem nenhuma mobilização efetiva, e com o desânimo que temos presenciado, de nossos companheiros pela capital e interior afora, de transformar a Assembléia Geral num massivo ato de pressão, capaz de rejeitar qualquer índice indecente (e indecente é qualquer coisa que não contemple, mesmo que a médio prazo, o total das perdas e a recuperação anual integral da inflação) e partir para a greve por que clamam os nosso bolsos furados há anos! O que, levando em conta a desilusão que tomou conta da maioria, desde que viu frustrada, pela falta de comprometimento e combatividade da direção sindical, em 2011, é praticamente impossível.

Isto sem falar na "coincidente" convocação, feita pela Corregedoria, de um curso na região de Caxias do Sul, envolvendo dezenas de servidores, justamente na data da Assembléia, impedindo o seu comparecimento nela.

A ser mantida, portanto, a data da Assembléia Geral, corremos o sério risco dela servir, mais uma vez, como a pantomima necessária a atender os interesses do patrão Judiciário e de uma direção sindical que, pela atitude demonstrada, colabora visivelmente com este para acomodar os trabalhadores da justiça, traindo torpemente seus interesses.

É claro que, não havendo nível de consciência e, principalmente, da disposição radical de luta necessária, a maioria poderia optar singelamente por acatar a migalha oferecida, como tantas outras vezes, mesmo a deliberação se dando dias após a divulgação do índice e das propostas da pauta oferecidas. Mas, se esta deliberação se der de afogadilho, em meio à expectativa desamparada de uma audiência, sem tempo nenhum de reflexão (e quem sabe contando com a presença majoritária daqueles que se contentam com qualquer reajuste, porque apavorados com a possibilidade de não "recuperar" nada da desvalorização salarial neste ano), é praticamente certo que estará sepultada a urgente e necessária conquista das perdas integrais e do reajuste automático integral anual da inflação com data-base!

O cenário será de um estranho e tragicômico conto de fadas em que, subindo a montanha tribunalícia, como Moisés, os nossos intemeratos líderes sindicais, após o terremoto, os trovões e os relâmpagos, descerão, trazendo nas mãos não o maná nem as tábuas da lei. Como na fábula tradicional, a montanha em convulsão terá parido um rato! E os nossos profetas sindicais depositarão perante a multidão admirada e ansiosa uma minguada dádiva de 3% ou 6% dos deuses do Olimpo!

E completarão, neste mágico ano de 2012, a obra de traição e frustração salarial empreendida no ano passado, sem nenhum segundo sequer de paralisação, nos arrastando até o mês de junho sem qualquer reajuste e deixando o saldo da insolvência e da precariedade financeira e funcional para todos nós por mais um ano, com a consolação de uma "reposição" (que na linguagem marciana deles se denomina "conquista") mínima e incapaz sequer de arranhar o rombo enorme que avassala nossos bolsos.

Só nos resta, portanto, companheiros, a nós que ainda temos sangue nas veias, vontade e capacidade de luta, uma inconformidade incoercível, botar a boca no trombone e exigir da direção do Sindjus o adiamento da Assembléia Geral para a semana seguinte (15 de junho),  para o qual nossos caros diretores não podem invocar nem o pretexto de que ela foi deliberada soberamente pelo Conselho de Representantes, na forma do Estatuto, por que também o foi a relização de nova reunião deste Conselho na próxima sexta-feira, dia 1º, e no, entanto, a executiva do sindicato cancelou-a, por conta e risco, e contrariando a soberania estabelecida no Estatuto, sob o pretexto de que o chamado do patrão prejudicou o objetivo a que se destinava. E, se nossos brados não surtirem efeito, o único caminho será engrossar as caravanas para a capital, esvaziar completamente os cartórios, e partir, sem olhar para trás (aonde ficam as montanhas de processos atrasados que ameaçam cair sobre nós e nos sepultar) e, num último ato de coragem, apesar de todas as manobras e da expectativa de nos enrolar, deflagrar a greve até que tenhamos a garantia concreta e efetiva do fim do drama salarial que nos abate há mais de vinte anos e do estabelecimento de uma política de pessoal que nos reconhece como gente e nos dê condições dignas de trabalho, com um plano de carreira decente e concreto, a nomeação até o final do ano de todos os servidores faltantes e a adoção imediata da jornada de 7 horas contínuas. Isto só para começar, porque muito mais se faz necessário!

Abra sua caixa de e-mail e envie imediatamente a EXIGÊNCIA À DIREÇÃO DO SINDJUS-RS para que ADIE A ASSEMBLÉIA GERAL PARA 22 DE JUNHO e reconvoque o CONSELHO DE REPRESENTANTES para o dia 1º, sob pena de sua responsabilização pela evidentes consequências que se avizinham. O e-mail do Sindjus é: sindjus@sindjus.com.br.

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Um blog para lutar em defesa dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul. Os autores propugnam pelos princípios republicanos; almejam uma sociedade justa

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