GUGU - DADÁ
Lamentável, pra não dizer patética, a última Assembléia do Sindjus. Última, sim, porque, depois da palhaçada coletiva, duvido que haja muitos mais dispostos a participar do teatro de fantoches. I’m sorry, caras-de-paisagem – estou fora. Melhor, estamos. A manipulação absurda das direções dos sindicatos, aliada à subserviência de muitos colegas, causou náuseas no meu estômago reduzido. Perdoem-me, senhores, mas preciso de um omeprazol com urgência. Não tenho mais estômago para isso, literalmente. Respeitem a minha gastroplastia, por favor!
Quando a maioria votou contra a greve, e para manter a chamada operação-padrão, eu me perguntei o que, realmente, acossa esta categoria: medo, subserviência ou atrofia de neurônios... ou se uma combinação de tudo isso. Afinal, fazer operação-padrão é como estar meio grávida – como fingir que se trabalha, matando tempo, e correndo o risco de ser enquadrado pela chefia? Ora, não existe meia gravidez, assim como não existe operação-padrão. Existe operação-cagão, isso sim, pelo terror que vimos estampado nos olhos dos caprinos servidores. Fraldas e papel higiênico para a operação-padrão, senhores! A (des)mobilização vai continuar...
Sim, vamos contando carneirinhos, ovelhinhas, até o Presidente Extermínio, digo, Armínio, decidir quando, como e quanto vai atirar de migalha pela janela, para o faminto povo. Enquanto isso, no M.I.J (Mausoléu da Injustiça) a célere comissão de implantação do subsídio continua trabalhando, noite e dia, dia e noite. Afinal, os magistrados precisam bem mais do subsídio que a insatisfeita plebe. Se não têm pão, comam brioches, diria Maria Antonieta.
E atenção, Presidente: se o Senhor não enviar projeto de reajuste, nós vamos parar por 24 horas, viu? Olha... podemos paralisar por 24 horas!!! Estamos avisando... cuidado com as nossas mateadas... com o nosso carro de som... com as nossas bandeiras ...olha que faremos outra Assembléia pra decidir se paralisaremos por 24 horas... (sugiro que substituam a próxima assembléia por um chá de fraldas) Béeeeeeeee béeeeee
E, após a decisão, lá se foi a turma para a frente do Tribunal, entregar o tal documento ao Presidente. Um documento, por sinal, que sempre está pronto antes da Assembléia, e cujo teor, pelo que se depreendeu de todo o ocorrido, deve ser mais ou menos o seguinte:
“Excelentíssimo e Douto Desembargador Armínio: conseguimos enrolar a categoria, mais uma vez. Agora estamos com esse povo aqui na frente, achando que vai conseguir alguma coisa fazendo barulho. Não se preocupe, eles morrem de medo da repressão. Quanto a nós, vamos tomando nosso chimarrão e fingindo que lutamos pelos colegas. Mas, por favor, envie qualquer migalha em novembro, senão seremos obrigados a tirar essa gente toda de dentro dos cartórios de novo, e aí vai faltar dinheiro para o nosso baile de fim de ano. Recomendações ao companheiro Koutzii. Subservientemente, Sindjus.”
E aqui encerro o capítulo Sindjus. Ou a maioria que decidiu por não fazer a greve precisa de óculos, ou precisa, urgentemente, de uma tosquia. Tá dado o balido, epa, o recado. Lavei as minhas mãos, mas, pelo menos, EU fiz alguma coisa. Os parentes já estão de saída...